sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Você deveria escrever novelas

[Um texto mal escrito, sem vergonha, sem lenço e sem documento - O tema é meio gay]

Dia desses eu estava lembrando os meus tempos de "ator": as três vezes em que fui o Visconde de Sabugosa; a vez em que fui um pajé; a vez que fui um ladrão gago; a vez que fui um integralista; a vez que fui Stálin; a vez que fui a voz da consciência do Zé Rancoroso; a vez que fui o marido corno da Lúcia, de Lucíola (não lembro o nome dele); fui até um dos ladrões que morreram crucificados com Jesus (com direito a ficar só com um pedaço de pano na cintura e amarrado numa cruz de verdade - 20 minutos com os braços esticados doem, mas no fim foi legal...); etc. Enfim, fui muita coisa nos "tempos" de teatro, mas isso nunca me fez pensar, nem por um segundo, em ser ator, apesar de que até os meus 15 anos (eu confesso) eu era fanático por novelas. Sim, senhores. Eu via novelas...

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Eu parei de ver novelas "na marra", afinal, passar no CEFET-ES me levou a ter menos tempo para desperdiçar com besteiras (o que para muitos pode soar irônico e contraditório hehe), afinal, estudar durante a tarde me fazia chegar em casa já no horário da "novela das 7" e eu gostava de estudar um pouco à noite. O amadurecimento do meu senso crítico, além do afastamento forçado das novelas, me fez perceber que as novelas eram TODAS iguais. Todas tinham o mesmo enredo, começavam do mesmo jeito e acabavam do mesmo modo. T-O-D-A-S. Comecei a reparar também no público das novelas, o que eles gostavam de ver e, principalmente, nas mensagens que eram veiculadas nelas. Ah, as mensagens... Oh, céus!

Sabe uma rotina monótona? Exemplo: Você gosta de comer todos os dias a mesma coisa? Nos mesmos horários? Pois é, creio que mais da metade das pessoas não gostam de monotonia, mas garanto que essas mesmas pessoas que não gostam de monotonia não se importam de TODOS os dias (exceto domingo), assistir as mesmas novelas. Ok, todos os dias acontecem coisas diferentes nelas, mas o novo das novelas é sempre a continuação do velho, entende o que digo?

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O Brasil talvez seja o país no mundo no qual as novelas mais fazem sucesso, o que torna as mensagens veiculadas nelas algo muito sério. Olhe para a grade de programação da Rede Globo e me responda: quantas horas por dia na programação são dedicadas às novelas? Somando tudo deve dar umas 7 horas (contando com "vale a pena ver de novo" e com "Malhação"). Quantas horas de programas que trazem conhecimento? Quantas? Fale mais alto que eu não ouvi. Ah, tá. A verdade (a minha, pelo menos) é que o público fiel das novelas não se importa com essa monotonia e nem ao menos repara que elas trazem sempre as mesmas histórias com cenários diferentes. Ok, reconheço que elas são uma forma de entretenimento e de arte e que isso, de modo geral, não é ruim para uma população um tanto quanto órfã de arte como a nossa. Porém, o que me preocupa é a falta de diversidade nas novelas e a falta de percepção das pessoas quanto a isso. Se elas não conseguem perceber essa repetição que é tão clara, será que elas conseguem perceber as mensagens escusas que são veiculadas por essa forma de arte 7 horas por dia?

Exemplifico algumas repetições:

começo: há um casal que se gosta nos primeiros episódios (se apaixonam do nada um pelo outro) e que se separa brigado por algum motivo ainda no 1º mês de novela (geralmente por ação de um vilão). O vilão será o mesmo até o fim. Vai tramar a novela toda contra os pombinhos, vai deixar a mulherada cheia de ódio em casa, vai ser assunto nas ruas, no Fantástico e nas capas das revistas de novela por uns 4 meses; no fim, ele(a) vai ter um final digno de suas maldades (prisão; morte; viver na miséria).

meio: Faz parte da sacanagem fazer o vilão, algumas vezes, parecer ter ficado bonzinho antes do final, mas no fim ele volta à ação. Provável que os pombinhos briguem entre si, se deem uns pegas de vez em quando, mas sempre brigando entre si. Para aumentar a audiência e criar um clima de suspense é comum matar algum personagem, essa prática sempre dá certo, logo, novela "boa" tem homicídio no qual ninguém sabe quem é o autor. Também é comum que sejam criados triângulos amorosos, em geral, a preferência será dos que chegaram 1º ao triângulo, mas a novela vai fazer de tudo para deixar no ar a dúvida de quem vai acabar com a mocinha até que...

no fim (eis a mágica) - o casal do início acaba junto (de preferência com casamento nos últimos dois dias de novela; têm filhos; e vivem, literalmente, felizes para sempre).

A coluna mestra é sempre essa, logo, o trabalho maior para você saber como será o último episódio da novela é assistir o primeiro, identificar os pombinhos e o(s) vilão (ões). Simples assim. Aqui em casa me privam de ver o 1º episódio, porque senão eu estrago a história. A novela que acabou hoje às 18 horas, por exemplo, eu acertei o final, mais uma vez... Fica até chato para minha mãe apostar comigo. Hoje ela se rendeu e disse: "Você deveria escrever novelas." Não, mãe. Eu prefiro escrever merda aqui do que jogar merda na cara de umas 100 milhões de pessoas todos os dias, 7 horas por dia...

Outro exemplo de regularidade: novelas das 18 horas são em ambientes com muita natureza e/ou em épocas passadas na maioria das vezes. (Cabocla, Sinhá Moça, Chocolate com Pimenta, O Cravo e a Rosa, A Padroeira...)

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Quanto às mensagens veiculadas pelas novelas, elas influenciam muito as pessoas. Elas lançam moda (lembra de "O clone" e a moda árabe), lançam nomes que vão estampar RG's de uns infelizes por longos anos (como Raqueli e Bahuan), lançam músicas ("você não vale nada, mas eu gosto de você"); lançam gírias ("não é brinquedo, não"). Um mercado, sem dúvidas. Mas mais do que isso, uma feira de ideologias camufladas, exemplifico: porque insistir tanto com o 1º beijo gay em uma novela das 21 horas se a grande maioria da população parece não querer ver isso nem na rua. Porque insistir tanto com núcleos espíritas nas novelas nos últimos 3 anos se a maior parte da população não pratica tal religião (eu tenho a sensação de que já estou pronto para aderir ao espiritismo, já fui catequisado pelas novelas, olha que hoje só as vejo de rabo de olho, nem guardo os nomes mais).

Para deixar claro, eu não sou preconceituoso com gays ou espíritas, respeito as escolhas de tais pessoas, mas acho uma puta covardia esses escritores de novela quererem fazer apologia FORÇADA de ideias que eles curtem, usando-se de suas novelas por 6 meses, em todos os dias da semana: isso é lavagem cerebral barata, senhores! Acorda brasileiro! Quer escrever novela, escreve, mas não precisa empurrar ideologias garganta abaixo de quem assiste. Ficção é uma coisa, impor costumes é outra. Repare bem nesses dois aspectos das últimas novelas: o homossexualismo e o espitismo.

É verdade também que algumas modas não "pegam", o público reclama: exemplo disso foi a novela em que apareceram os seios da Débora Secco e a bunda da Juliana Paes (não lembro exatamente se foi nessa ordem ou se foram só seios de ambas, só sei que rolou algo assim e que era a novela "Celebridade"); tentaram ver se a população engolia isso no horário nobre, eu engoli, mas a família brasileira não... Se isso passasse impune, nem te conto qual seria o próximo passo... Lembro também de uma novela na qual personagens falavam "cacete"; a interjeição não se repetiu nas novelas seguintes, pensei que logo logo estaria vendo a palavra "merda" na TV, mas não foi dessa vez, por enquanto está autorizado apenas mostrar merda, ainda não se pode falar.

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Não há meio mais fácil para propagar valores, costumes, mercadorias etc no Brasil do que as novelas. A linguagem é didática, estimula bem os sentidos, o público é fanático e nem percebe as mensagens, apesar de absorvê-las como uma esponja. Alcança todos os públicos, em todo o território nacional. Perfeito! Joga na telinha por 6 meses que eles aprendem e engolem sem hesitar. Que arte é essa, senhorita (você que gosta tanto de arte)? É a arte de enganar.

Sabe o que mais me aborrece: as outras emissoras desistiram de buscar meios inteligentes de ganhar audiência, cederam também às novelas. Saudades do "Show do Milhão", por exemplo. Queria ver Jô Soares e Serginho Groisman no horário nobre! Não que sejam um poço de inteligência, mas pelo menos são programas que fogem à monotonia de 2 pombinhos em crise e um vilão tramando...

Não nego que as novelas podem ser legais, respeito quem gosta, mas apenas alerto que elas não são tão inocentes e meramente artísticas quanto parecem ser. Tente sair do aquário por um dia e ver os outros peixinhos enquanto assistem as novelas, eu faço isso há 5 anos, é bem legal, há vida entre as 14:30 e as 22:30 fora da TV.

Nesse momento a TV da minha sala está ligada em uma novela (a das 21 horas). Apesar de a TV ter quase uns 40 canais, muitos bem interessantes e inteligentes, por sinal, mamãe prefere essa bendita Globo... Nesse momento, a Maitê Proença está em uma cena de sexo com o Daniel Oliveira. Normal, né? Por falar nisso, vi uma pesquisa há uns anos que apontava que as jovens estavam menstruando mais cedo, em parte, por influência das cenas de sexo nas novelas. Naquela época elas só menstruavam, hoje elas já estão tendo filhos por aí... Acho que tô meio azedo hoje. Acho que é a vontade mandar a arte pra'quele lugar.

Enfim, sinto que escrevi um texto horrível, mas quer saber? Você entendeu a mensagem.

domingo, 19 de setembro de 2010

A Igreja Católica precisa mudar?

[POLÊMICO]

Estou numa semana bem inspiradora, seria capaz de escrever uns 4 ou 5 textos com temáticas diferentes, mas o tempo não me permite. Mesmo sem dever, estou aqui, neste momento, somente porque quero dar um pouco mais de tempo à minha vida, deixando-me fazer o que der vontade e entregando-me mais aos impulsos dela (sem rasgação de seda ou quaisquer interesses escusos, dedico essa nova postura às reflexões que tive após ler o texto "Do que quero" do blog "
Lentiflor com Orégano").

Cheguei da igreja há cerca de 15 minutos e vim no caminho de volta pensando loucamente em escrever sobre um tema em especial, a intolerância com a Igreja Católica. Eu jurei a mim mesmo quando comecei o blog que não usaria esse espaço para falar de religião ou futebol, pois são dois temas que geralmente envolvem argumentos muito apaixonados e pouco racionais, criam muita discussão e dificilmente alguém entra nela disposto a ouvir os argumentos alheios e quiçá a mudar de posição. Mas não resisto; ao futebol eu já cedi em umas 3 postagens, agora cedo à religião: seja o que Deus quiser!

Para início de conversa: sou católico e me recuso a dizer-me praticante, pois ou você é católico ou você não é. Se você não acredita nos ideais dessa igreja, não lê a Bíblia, não participa da comunidade de alguma forma (nem que seja indo à igreja) e por isso se diz católico "não-praticante": você é um fanfarrão, pois isso não existe. Em religião, esse tipo de categoria não existe; ter uma religião não é "usa-la" de vez em quando (não é que nem saber falar uma língua estrangeira, por exemplo), é algo que deve fazer parte da sua rotina e não apenas nas datas comemorativas, como no Natal.

Dois. Sou favorável que cada um tenha sua própria religião livremente e sem criticar as alheias, pois religião é algo muito íntimo, que transcende o entendimento puramente racional (o que até dificulta discussões muito científicas sobre o tema). É preciso respeitar aquilo que é capaz de fazer alguém transcender sem entorpecentes, isso é coisa séria. Assim, apesar de achar um tanto quanto triste, respeito a falta de religiosidade de um número cada vez maior de pessoas. O que me interessa é que sua religião pregue o BEM ao próximo ou que você, sem religião, guie suas condutas pela prática do BEM, fora isso eu me reservo no direito de discordar dos rumos da sua vida, o que não significa discriminar. O que importa é a prática do BEM, isso não sou eu quem diz, eu já li isso na Bíblia e no Alcorão (Al BÁCARA - 2ª SURATA - "62. Os fiéis, os judeus, os cristãos, e os sabeus, enfim todos os que crêem em Deus, no Dia do Juízo Final, e praticam o bem, receberão a sua recompensa do seu Senhor e não serão presas do temor, nem se atribuirão."), provável que outros livros sagrados também digam algo parecido.

Penso que você não precisa nem acreditar em um Deus, ir à igreja ou fazer sei lá o quê, você só precisa guiar suas práticas pelo BEM. Posto isso, eu gostaria muito que os fiéis de outras religiões ou os sem religião, respeitassem as religiões alheias...

Minha igreja (a católica) tem dogmas e princípios um tanto rígidos. Muito se discute sobre as posições dela quanto ao celibato, ao homossexualismo, ao divórcio e ao sexo sem fins de procriação. Eu não concordo tanto com todas as posições, mas entendo-as perfeitamente e concordo com a rigidez da igreja. Para exemplificar, vou abordar o tema do sexo sem fins de procriação. Sou jovem, tenho hormônios à flor da pele como qualquer outro, tenho desejos, mas concordo que saí por aí querendo sexo a torto e a direito não é das condutas mais corretas. A Igreja Católica, desde os seus primódios, sempre defendeu a base familiar, então me diz: agora, 2010 anos depois, ela deve mudar de posição, defender a livre prática sexual sem casamento, só porque há menos de um 1 século tornou-se tolerável socialmente sair transando com qualquer um? A igreja não é cega, ela sabe que pessoas pegam AIDS e que os jovens não vão deixar de transar antes de casar só porque a igreja não permite; ela sofre pelos contaminados, mas sabe que deixar transar com preservativo é admitir a prática sexual sem vínculos familiares, o que seria uma afronta à família (aquela mesma que ela defende desde sempre).

Vamos pensar como a Igreja Católica: nosso livro de ensinamentos tem mais de 2010 anos, ele é um dos alicerces de toda a nossa estrutura. Podemos ir contra o que ele dispõe? Abrir precedentes? É claro que MUITAS regras (principalmente do Velho Testamento, pois eram regras de comportamento da época) não se aplicam mais, mas as do Novo Testamento, com a sua licença, estão, em grande parte, válidas, afinal, Jesus vem com um discurso que rebate grande parte dos costumes rígidos do Velho Testamento, ele ensina novos valores, mas ainda assim a família continua sendo protegida. Aposto que alguém já vem com algum exemplo do VELHO TESTAMENTO para tentar derrubar minha argumentação de que a Bíblia se opõe ao sexo antes do casamento. Mas segura sua onda aí, outro dia a gente discute mais sobre a Bíblia, primeiro você lê, depois faz uma análise sistemática (como um todo - NOVO e VELHO TESTAMENTO) do que está escrito e depois vem me dizer se ela se opõe ou não a tal prática, antes disso, guarde seu exemplo.

É claro que seria muito mais cômodo para a igreja ceder ao clamor social, ela ia "ficar bem na foto", ganhar novos fiéis e etc. Mas ela NÃO pode fazer isso, pois ela iria contra um de seus alicerces centrais, a Bíblia, correndo, assim o risco de perder a sua razão de ser. É tão verdade, que mesmo condenado a prática de sexo sem fins de procriação, ela desenvolve, por exemplo, programas de auxílio aos doentes com DST's e AIDS e com as crianças abandonadas por mães adolescentes: ela não se fecha a essas pessoas, apesar de não concordar com o agir que as deixou assim. O mesmo se diga dos gays: nunca vi um aviso na porta da minha igreja proibindo-os de frequentar a comunidade, pelo contrário, devem ter muitos por lá; nunca vi um sermão que dissesse para expulsarmos-os de lá, digo mais, não vejo olhares tortos para eles. Também nunca vi portas fechadas para divorciados e mães solteiras, caso assim fosse, eu e minha mãe nunca teríamos entrado. Então me diz: cadê a intolerância que afirmam que temos com essas pessoas? Uma coisa é se opor a práticas que ferem os ensinamentos da Bíblia, outra coisa é discriminar aqueles que agem assim. A Igreja Católica até pode se opor, mas não discrimina. Sacou?

Você está entendendo? Ela até enxerga as mudanças culturais, mas ela precisa ser engessada, pois a base dela nunca foi o que é socialmente mais bem visto. Ela sempre afrontou grande parte dos hábitos da sociedade ao longo de sua história, isso desde os primórdios, basta lembrar os motivos que levaram Jesus à crucificação. A Igreja Católica não deve ceder à sociedade, mesmo que isso signifique ser alvo de críticas e até de chacotas. Ela não pode se preocupar com o número de fiéis, ela não deve atirar em um de seus pés para atrair mais fiéis, por isso ela perde fiéis (ela sabe disso). A Igreja Católica sabe que aquilo que sempre pregou não pode mudar só por que a sociedade muda. Não é o HOJE que sustenta a Igreja Católica há tanto tempo, mas o SEMPRE. Se fosse pelo HOJE, ela já teria caído há muitos séculos.

Senhores, não se exautem! Eu não sou fascista e nem democrata cristão, mas também não sou tonto a ponto de achar que a minha igreja deve mudar só porque as pessoas querem. Na verdade, o que deve mudar é a postura das pessoas, não a Igreja Católica. As pessoas só devem buscar a Igreja Católica se sentirem-se identificadas com os valores defendidos por ela (ninguém é obrigado a seguir ideais que não quer) e não a Igreja que deve mudar só para PARECER bonita no quadro social fudido que temos. É fato notório que ela deve tentar se aproximar mais das pessoas, mas para isso não precisa mudar suas bases, essas não devem mudar NUNCA, sob pena de fazermos um transplante de cerébro nela e ela deixar de ser a Igreja Católica para tornar-se a Igreja do Querer Social. Peço sua boa vontade para um exercício mental: imagine que num mundo hipotético todas as pessoas concordassem com a Igreja Católica e só fizessem sexo depois do casamento, você acha que o mundo estaria tão zoneado no aspecto familiar e social? Não, né? Pois é, a igreja pensa o mesmo que você, por isso ela não muda, ela quer aquilo que parece melhor para a sociedade. Mesmo que pareça algo utópico.

Enfim, como eu te disse antes, eu não concordo em tudo com a minha Igreja, muitas vezes me pego indo contra o que ela defende, mas ENTENDO perfeitamente a POSIÇÃO dela. Ela precisa manter-se assim, rígida em alguns temas, mesmo eu preferindo (egoísticamente) que não fosse assim, afinal ia doer menos na MINHA consciência algumas condutas. Mas o jogo é esse, as regras já estão na mesa (desde a morte de Cristo), quem quiser aceitá-las venha até a Igreja Católica; quem não quiser: arrume outra Igreja, crie sua própria Igreja (uma que sempre vá apoiar os seus atos) ou não tenha religião alguma (mas pratique o BEM), só não me venha reclamar da minha Igreja: Ah, isso não!

Escrito por um cara que pensou em ser padre, quis ser professor de História e que vem tentando fazer Direito direito.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Me dê

Mãos frias
Mãos delicadas Mãos calejadas
Mãos brancas Mãos negras Mãos pardas
Mãos pequenas Mãos grandes
Mãos limpas

Mãos que escrevem
Mãos que falam Mãos que veem
Mãos que rabiscam Mãos que desenham
Mãos que compõem Mãos que regem
Mãos que encenam

Mãos que salvam
Mãos que dão Mãos que negam
Mãos que suplicam Mãos que ordenam
Mãos que pedem Mãos que ignoram
Mãos que matam

Mãos loucas
Mãos que estão Mãos que são
Mãos que foram Mãos que serão
Mãos presas Mãos soltas
Mãos tímidas

Mãos que fazem
Mãos que sonham Mãos que desistem
Mãos que constroem Mãos que destroem
Mãos que criam Mãos que copiam
Mãos que descansam

Mãos pobres
Mãos nobres Mãos comuns
Mãos decididas Mãos indecisas
Mãos de Presidente

Mãos portenhas
Mãos latinas Mãos europeias
Mãos de Rosario Mãos de La Plata
Mãos do 10 Mãos de alface
Mano de Díos
http://www.museudofutebol.com.br/images/curiosidades/bolas/img_bola1970.jpg


Mãos normais
Mãos que decidem Mãos que acatam
Mãos artistas Mãos pseudointelectuais
Mãos vaidosas Mãos humildes
Mãos sujas

Mãos verdadeiras
Mãos puras Mãos corruptas
Mãos que abraçam Mãos que agridem
Mãos que traem Mãos fiéis
Mãos que oram

Mãos que gritam
Mãos que celebram Mãos que choram
Mãos que acariciam Mãos que silenciam
Mãos que amam Mãos que odeiam
Mãos que sentem

Me dê as suas mãos

sábado, 4 de setembro de 2010

[Filé com Fritas] Ih, começou a palhaçada... (Parte II)

[FILÉ]

Vencida a insanidade do texto anterior, venho aqui dar continuidade às ideias do texto "Ih, começou a palhaçada... (Parte I)". Ah, antes de eu começar, só quero deixar uma pequena reflexão sobre a insanidade. Dia desses, enquanto via na TV um programa especial sobre hospícios, uma funcionária de um deles disse ter ouvido uma frase, mais ou menos assim, de um "louco": "Maluco é aquele que não foi louco o suficiente para resistir à loucura do mundo lá de fora." Faz sentido, né? Pois é, diante disso, não sei se larguei a insanidade de ontem ou se apenas retornei à ela... Mas deixa estar, vamos ao que interessa!

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Quando eu ainda não votava, eu era louco para poder votar, para poder participar, e não entendia como as pessoas não podiam achar isso legal. Eu ainda acho legal, mas entendo perfeitamente a frustração popular com as eleições, mesmo eu que sou tão animado com isso. Os candidatos são tão ruins que acho que votarei nulo para senador e para deputado federal, quanto ao cargo de presidente eu também estou caminhando nesse sentido, afinal, o candidato com as melhores ideias tem apenas um leve defeito: é socialista... hehe

O que o 1º domingo de outubro significa para a maioria das pessoas? A festa da democracia" (conforme dizem na TV)? Não. Eu respondo: um domingo chato em que eu não posso sair de casa sem ter que ir para uma escola cheia de gente votar num desses corruptos que estão por aí. É um dia tão chato que nem bebida é liberada, por sinal, o único dia do ano. Na verdade, tinham que liberar a bebida sim, afinal, tem candidato que para votar nele você precisa antes tomar coragem (tomar uns gorós) e tem outros que a dor na consciência por votar neles é tão grande que só bebendo para esquecer...

Clique nele e veja a propaganda dele na TV (não é vírus) hehe

Mas sério, agora. Se o voto não fosse obrigatório, você acha que a maioria das pessoas iria votar? Eu, sinceramente, acho que ia dar uns 30% ou 40% do eleitorado, isso se não desse menos. Gente, as pessoas estão desiludidas com a política brasileira, não acreditam nos políticos e nem acham que o voto delas pode fazer alguma diferença. Os defensores do voto obrigatório dizem que esse direito foi conquistado com muito esforço, com vidas, com sangue. Pelo povo brasileiro? Não, senhor. Com as vidas de pessoas realmente interessadas num país de voto livre e democrático (os utópicos do século XX). O povão nunca ligou muito para não poder votar para todos os cargos durante a ditadura, ele foi levado a achar que votar poderia ser melhor e acreditou, assim como também julgou que eleger Collor seria o melhor, mas isso se explica, afinal, o povo ganhou um direito que não sabia direito como usar, aí acabou usando de qualquer jeito, resultado: deu Collor! O nosso povo não tinha e ainda não tem uma consciência política desenvolvida, não entende muito o que o voto e os governantes representam.

Se votar é um direito (no sentido usual da palavra), porque eu não posso deixar de exercê-lo? É mais um direito ou dever? Se for direito (como dizem todos aos 4 cantos) eu não posso ser obrigado a exercê-lo, certo? Mas não é isso o que acontece. Sou defensor de que tudo que é feito por obrigação não é feito com muito zelo, inclusive votar. Creio que votar não pode ser uma obrigação, se é direito mesmo, não pode ser obrigação! Que me perdoem os que vão dizer: muitos deram a vida para que o povo pudesse votar, mesmo que seja errado. Eu defendo que conquistamos o direito, mas que não podemos ser obrigados a exercê-lo, afinal, o direito é meu, a escolha nas urnas é minha, eu não preciso fazer uma escolha que eu não quero. O simples fato de eu ter a prerrogativa de votar já é uma vitória, é suficiente, esse direito já é a vitória histórica, o seu exercício é outra questão. Ninguém pode ser obrigado a ser cidadão, no sentido de votar (cidadania engloga muito mais que votar). É recomendável, mas se você não quiser se envolver na vida do país, não se envolva, afinal, esse país é livre e você tem liberdade para fazer suas próprias escolhas. Não está na Constituição que ninguém pode ser discriminado por suas ideologias políticas? Logo, não querer votar é uma opção política e deve ser respeitada.

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Não entendo que o povo vai criar consciência política sendo obrigado a votar, isso não nasce desse jeito, envolve muitas outras questões. A verdade é que se houvesse um plebiscito acerca da obrigatoriedade do voto, o "NÃO" venceria. Considerando que o pilar central da democracia é a vontade popular, creio que a vontade do povo deva ser acatada: o voto deve ser facultativo. O pior de tudo é que enquanto ficamos nesse papo furado de "as eleições brasileiras é o maior evento democrático do mundo", esquecemos que no fundo o que gera a "festa da democracia" é um ato autoritário, não democrático: a obrigatoriedade do voto. Os defensores dessa festa estranha de gente esquisita têm receio de passar vergonha, de ficar escancarado para a sociedade brasileira que a maioria das pessoas "está nem aí" para a política e para o futuro do país. É preciso manter o jogo de aparências. Dar o direito de não votar pode abrir uma "caixa de pandora", afinal, ficará exposto o quanto nosso sistema democrático é falho e quanto não somos maduros para a vida democrática...

Defendo que somente aqueles realmente comprometidos com o país e maduros politicamente votem, afinal, esses eu tenho certeza que não deixarão de votar apenas pelo voto ser facultativo e pensam antes de votar. Digo mais, creio que facultar o voto vai diminuir o número de políticos eleitos à base de mentiras contadas ao povo, afinal, mais difícil do que ganhar votos, será convencer o povo a "perder" o domingo. Pode ser que somente os letrados continuem votando, só as classes mais altas da sociedade, mas isso tenderia a mudar com o tempo, posto que a população mais iletrada, que inicialmente deixou de votar por não entender a necessidade e a importância do voto, iria perceber que seu voto realmente pode mudar a ordem das coisas, iria perceber que aqueles eleitos sem a sua participação não são exatamente aqueles que representam o discurso popular, mas o discurso de um pequeno grupo nacional. Isso já acontece na prática, mas o povo não percebe em razão do "oba-oba" que gira em torno das eleições, em razão desse clima de o "povo" escolhendo. A faculdade do voto vai abrir os olhos do povo para a realidade e fazê-lo perceber que seu voto faz alguma diferença, vai torná-lo mais responsável quando decidir votar espontaneamente.

Hoje, o desgosto em votar é tão grande, que além de não entender o valor do voto, as pessoas têm ficado "putas" por serem obrigadas a fazer uma escolha que não querem, por isso estão zoneando com as eleições. Sim, zoneando, sacaneando, escrotizando com os rumos do país. O brasileiro gosta de fazer piada daquilo que não gosta, por isso está votando em pessoas famosas que não têm nada a oferecer à política. A época das urnas de papel trouxe algumas mostras disso, vide o ano em que "mosquito" foi eleito vereador em Vila Velha; casos assim aconteceram aos montes naquela época por todo o Brasil.

Em síntese, ou a gente para com essas farsas de voto obrigatório e de que temos "a maior festa democrática do mundo" e enxergamos o iceberg enorme que está debaixo de nossos narizes afundando o nosso país: um sistema democrático que é uma farsa e que não funciona. Ou a gente vai continuar vendo, eleições após eleições, o país sendo entregue pelo voto popular (pela soberania popular) nas mãos de pessoas que não têm condições de governá-lo. A escrotização das eleições só tende a aumentar ao longo dos anos se nada for feito, é algo natural, zuar com as eleições vai tornar-se a regra! Quem tem olhos e ouvidos, veja e ouça enquanto ainda há tempo. Pode ser que depois seja tarde demais...

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sexta-feira, 3 de setembro de 2010

[Filé com Fritas] Profano

[FRITAS]

NÃO ME RESPONSABILIZO!

Ela é especial, está sempre de braços abertos para mim. Todos os dias, mesmo naqueles dias em que eu a abraço quase sem expressão, como um peixe morto. Ela não se importa com o fato de eu ser magrinho e de ela ser muito mais larga do que eu, ainda assim ela me quer: TODAS as noites.

Ela me quer e eu a quero, hoje mais do que nunca, é quase sempre assim. Ela me atrai, me chama sem pudor, às vezes seminua, e eu vou. Se bem que muitas vezes eu é que a deixo seminua o dia inteiro, mas acho que ela não se importa muito, afinal, o que importa é que à noite irei despi-la outra vez.

O toque dela é macio, relaxa meus músculos franzinos, mas quase sempre rígidos de tensão, aquela tensão que nem mesmo o banho quente consegue tirar... Adoro ver o branco de seu corpo envolver-se em volta de mim, numa linda mistura café-com-leite. Ela me aquece, sem dizer uma só palavra. Ouve todos os dias os meus pensamentos de fim de dia: as preocupações, os lamentos, os sonhos, os medos, enfim, todas aquelas coisas que eu só sou capaz de dizer a mim mesmo normalmente. Ela não se queixa, ouve cada pensamento meu sem nada dizer. Adormeço sem perceber nos braços dela, talvez ela termine a oração por mim.

Ela não é das mais bonitas, mas a sua constante aparência de limpeza me atrai, principalmente quando ela vem me receber de branco ou azul claro. O cheiro é perfeito, impecável. Aquele cheiro suave de limpeza, mas sem perfume. Ela deve saber que eu sou alérgico à perfume.

Essa semana eu estive brigado com ela, a visitei pouco e ela me cobrou. Ela me quer, desesperadamente, em seus braços por mais tempo. Eu também. Quero senti-la imediatamente. Deixar nossos corpos se encontrarem espontaneamente.

Querida, eu já vou, mesmo que de modo demorado, mas eu vou.

Obrigado, minha CAMA! Eu te amo. Esta obra é para você, peço desculpas por só ter dormido por 2 horas e meia essa noite (0:00 até 2:30). Eu já vou vê-la, mas antes preciso gritar para o mundo o meu amor por você:

EU AMO A MINHA CAMA!

...

Ué? Você achou que eu falava de uma garota? Não, eu só falava sobre minha cama, minha fiel e inseparável companheira. Repare não, é isso que dá dormir pouco, você pira um pouquinho...

Segue o filé. Provável que amanhã. Será filé à "Ih, começou a palhaçada... (Parte 2)"

Ela me quer e eu vou, apenas e não somente, dormir! (frase furtada e adaptada)