terça-feira, 11 de julho de 2017

Delírios da pré-meia idade

Uma sensação estranha, mas constante, de que morrerei antes da hora, em plena primavera da vida. Sensação de que preciso ser rápido e cirúrgico nas escolhas e decisões. Sentimento de que não há tempo a perder. Não quero ir aos 100 (talvez nem aos 80), mas não é justo nem chegar aos 50.

Uma agonia de que a ordem natural das coisas será subvertida e de que o filho irá antes do pai. Tão certo quanto isso, só as certezas de que terei só uma filha e de que serei o primeiro presidente inédito (talvez não branco ou solteiro ou capixaba ou com menos de 50 anos ou algum outro distintivo) de alguma coisa. Delírios constantes que não deixam de ir e vir.

Um desbravador por excelência. Um destemido por falta de opção e necessidade. Menos preocupado com sorte ou azar e mais crente nas trocas da vida, com a certeza de que um dia é da caça e o outro é do caçador e de que um dia somos roubados e no outro favorecidos.

Assim segue. A vida sobe como balão. Como o topete do baloeiro e a pipa do vovô. Sem grandes aspirações, organização e planejamento, mas com dedicação e algum grau de disposição.

O que incomoda são as negativas sem sentido; o treinar muito para ser roubado; o ser excelente que não é suficiente; a impossibilidade de manter uma comunicação que não termine com uma mensagem com resposta umas 6 horas depois. Sabe? Tipo gente normal, que manifesta interesse. Complicado. Andam cansando o menino de ouro... Ele anda cansando dessa gente. É impressionante! É tipo Pirituba.

Mil frentes e nenhuma definição. Nada de nada. Isso já começa a incomodar e a cansar.

Há de chegar. Em algum momento há de chegar. Mas tá foda.