quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Tempo, tempo, tempo...

Faz dias que eu estava desejando parar um instante para falar sobre o tempo. Sim, do tempo. Já perdi as contas de quantas vezes parei para tentar entendê-lo e continuei sem respostas. O homem tem a pretensão de ter controle sobre tudo que lhe cerca, para isso a ciência é sua principal ferramenta, mas o tempo, podemos até ter tentado controlar , só que ainda não conseguimos e talvez jamais consigamos; eu sinceramente acho que essa será sempre uma eterna pretensão, talvez seja mais fácil fazer algum metal virar ouro do que controlar o tempo. Isso me lembra diretamente a busca incessante pela fonte da juventude no passado (tão mostrada no mundo fantástico dos desenhos animados), se bem que hoje ainda buscamos essa fonte em diversos produtos, muitas vezes sem perceber.

O tempo rege a vida de todos sem nenhuma distinção, passa para todos, talvez seja uma das poucas coisas que todos encaram em comum e que não é um fenômeno da natureza. O que mais me intriga em relação a esse assunto é que tudo a esse respeito é uma incógnita, é surpresa. Um dos exercícios que mais gosto de fazer é tentar lembrar o que eu fazia e vivia há um ano atrás, o que me assusta muitas vezes, pois me faz ver como tantas coisas mudaram, como desejos se tornaram realidade, como idéias foram trocadas por outras que pareciam tão distantes e como algumas coisas se mantêm exatamente da mesma forma com que estavam, mesmo comigo tentando mudá-las. Vivemos tantas mudanças e nem nos damos conta. Isso tudo me intriga.

Sobre esse assunto eu não poderia esquecer de tratar sobre como às vezes sentimos que o tempo voa e outras vezes sentimos que parece que ele teima em não passar, mais uma vez demonstrando o total descontrole que temos sobre ele. Ué? O homem não se diz o senhor de sua vida nos tempos modernos? Mas e o tempo? Por que será que ele não controla? Me parece que temos a pretensão de sermos eternos, por essa razão queremos ter controle sobre tudo, será que teria graça em viver se pudéssemos controlar o tempo? Se pudéssemos, por exemplo, fazê-lo não passar para o nosso corpo, será que teríamos motivação para seguir? Talvez o maior prazer na vida seja seguir com um prazo de validade que não conhecemos, agirmos rumo ao desconhecido, sem saber o que nos espera, sabendo que só o tempo trará a resposta e que a qualquer momento podemos ter nosso tempo expirado. Imagine como seria monótono poder prever tudo que iria nos acontecer e não envelhecer nunca, seríamos como robôs, com açõs programadas, sem sermos surpreendidos por nada novo, isso não seria ser humano, pois não teríamos sensações novas e não estaríamos sempre nos modificando.

Muitos veem (nova ortografia) o tempo como algo dotado de vida própria, eu sinceramente lhe conecto com Deus, ou seja, tenho Deus como o senhor do tempo, sendo o tempo o instrumento usado por Deus para fazer valer seus planos na vida de cada um, creio que a chave do descontrole humano sobre o tempo é essa. Isso não me fecha os horizontes de discussão sobre o tema, contudo, creio que para quem não acredite em Deus o horizonte seja ainda mais amplo.

De modo geral, o tempo sempre nos traz surpresas, isso é o que o faz tão atraente, e o pior é que no final tudo parece fazer sentido, coisas que passamos longas épocas sem entender, o próprio tempo nos responde, tudo acaba se encaixando como num grande quebra-cabeça (isso não é papo de quem quer te convencer que Deus age em nossas vidas, tente ver isso mesmo sem a presença de Deus, a conclusão é a mesma), a ponto de eu, por exemplo, viver confiando nas surpresas do tempo e com calma para esperar o momento certo para entender o que acontece hoje, pois ele parece trazer as respostas na ocasião certa, parece saber o que nos traz, contudo, não me parece sensato viver imóvel esperando os desígnios dele, pois apesar de não termos controle sobre ele, de alguma forma o tempo parece depender das ações humanas para nos ofertar algo, parece depender do que fazemos e poder usar de ações alheias para trazer respostas e mudanças em nossas vidas, sendo algo como uma grande rede onde um influencia, por meio de suas ações individuais, na vida do outro em alguma ocasião.

Logo, ao fim desse pequeno pensamento abstrato que não traz nenhuma informação que você não conseguiria tirar sozinho de sua própria cabeça se quisesse, concluo que não cheguei a nenhuma resposta concreta sobre o tempo. Ué? Não chegar à respostas é ruim? Eu, como metódico assumido, não gosto muito de pensar e não chegar a nenhuma resposta concreta, pois pareço um indivíduo desligado do tempo e do espaço que não quer mudar nada, que como um filósofo só que entender algo, satisfazer egoísticamente um desejo próprio enquanto podia está fazendo algo produtivo para sua vida e a dos outros; apesar disso, reconheço que isso tem sua importância, pois assim se constroem as novas idéias nessa nossa cabeça camaleônica.

É aquela velha discussão sobre as perguntas sem respostas dos filósofos, longe de mim ser filósofo, posso ter filosofado um pouco, mas não queria, acabou saindo, como mais um dos meus pensamentos abstratos. Agora volto aos pensamentos concretos, já perdi muito tempo, ou pouco tempo, não sei, os minutos que se passaram foram os mesmos de sempre, eu que não fui.