sábado, 15 de outubro de 2016

Mar

O mar não me diz nada.
Deveria me falar?
Não entro nas ondas
E nem me deixo arrastar.

Olha-lo não me traz paz
Não me sensibiliza,
À praia não me traz,
A minha vida não energiza.

Sem seios,
Devaneios,
Rodeios,
Anseios.

As ondas que vem,
As ondas que vão,
Nada me dizem,
Me resta solidão.

Onde falta coração,
Sobra labor.
Se falta sensação,
Não há amor.

Ao menos o som
Mostra-se amável
Confesso que é bom,
Me soa agradável.

Respeito o mar,
Seus marujos,
Iemanjá;
Ainda que sujo.

Talvez seja velhice,
Essa falta de emoção.
Busco a mesmice,
A falta de ação.

Me deixe não gostar.
Não fique pasmo!
Pois mesmo do mar
Vem o marasmo...