sábado, 10 de abril de 2010

A resposta pode ser simples

A hora é essa! Enfim, achei uma brecha para vir escrever aqui. Mais de um mês sem escrever... Leitor (ou melhor: pensador amigo) eu juro que tentei, juro que estive muito próximo de escrever, mas os estudos não deixaram. A única exceção foi o dia no qual eu salivava por vir escrever, já estalava os dedos, estava tudo pronto e... minha mãe quis usar o PC, aí eu deixei, afinal, ela quase não usa.

Neste período de ostracismo pensei muitas coisas, acompanhei o blog de todos os meus amigos e vi na lista de blogs do "Lentiflor com Óregano" que eu estava há muito tempo parado, deu vergonha da minha lentidão! Foi bom o tour pelos blogs (obrigado, amigos!), mas estou de volta ao meu lar.

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Vamos lá: Lembra que tema prometi na última postagem? Não? Normal, faz muito tempo que você leu, né? Prometi falar sobre o pseudointelectualismo (como são belas as regras da língua portuguesa...) e aprendi uma coisa sobre prometer temas: nunca faça isso! Você fica preso a um pensamento que não quer sair de uma hora para outra; quando você tem tempo para escrever, ele não vem; quando ele vem, você não tem tempo para escrever. Mas agora vai ( na verdade não sei no que isso vai dar)!

Deixa eu te fazer uma pergunta: Você já reparou que algumas coisas têm uma explicação muito simples e óbvia, mas que apesar disso algumas pessoas tentam explicá-las de modo muito complexo e mirabolante? Não sei você, mas eu fico meio confuso e até um pouco irritado quando isso ocorre, penso: "Meu Deus!!! Será que ninguém percebe que a resposta disso é tão óbvia? É tão simples! Será que eu sou um gênio ou os outros que são muito desatentos? Por que buscam chifres em cabeça de cavalo?" Na verdade, já faz um certo tempo que isso não me aflige tanto, pois passei a observar que isso tinha uma explicação: o pseudointelectualismo.

Vivemos em uma época em que as "verdadeiras" respostas estão na ciência, em que tudo precisa ter uma explicação científica, marginalizando-se outras fontes de saber. Tudo precisa ter uma lógica racional, científica, soar intelectual. Quando digo tudo, é tudo MESMO. Diante disso, não é espantoso vermos todos os dias pipocarem teorias novas sobre coisas óbvias, que não precisam de uma teoria para explicá-las. Ah, pensou em minha Teoria do João-Bobo, né? Não pense nela, eu não estava trabalhando cientificamente nela e nem quis usá-la como única explicação de algo, como fazem os pseudointelectuais.

Como exemplo, cito um exemplo dado por um amigo em uma postagem em outro blog: Você vê um cara de tênis e sem meias, por que você acha que ele está sem meias? Não me surpreenderia se você respondesse que ele está assim por pertencer a uma tribo urbana alternativa. Todavia, as respostas que deveriam vir primeiramente à sua cabeça deveriam ser: "Ele não possui meias" ou "Todas as meias dele estão molhadas". Não parece tão óbvio? Por que complicar? Por que ir tão longe buscar a resposta? A resposta pode não ter nada de intelectual, pode ser simples.

Estamos sendo contaminados com esse intelectualismo barato, que por soar científico nos tem convencido em muitas ocasiões. Eu vejo todos os dias na UFES um bando de pessoas que querem soar intelectuais inventando teorias e sistemas para coisas que não admitem esse tipo de coisa, coisas que não se explicam assim. Vejo pessoas que falam frases de efeito, que soam bonitas e intelectuais, mas que NÃO têm sentido algum. Consideramos intelectuais as pessoas erradas. Será que só eu percebo isso? Não é possível!

Os casos que mais me divertem são os relativos ao intelectualismo no vestuário, explico: Eu caio na gargalhada quando ligo a TV e vejo consultores de moda falando que, por exemplo, listras horizontais paralelas engordam o visual e que as verticais emagrecem (se eu tiver errado, garotas, me corrijam). Que teoria é essa? Ah, tem uma explicação intelectual, isso se baseia em estudos científicos de universidades estrangeiras (mais uma vez uma explicação cietífica para a coisa)... Você realmente acha que isso vai resolver o problema da silhueta? Que não vão perceber que você está um pouco acima do peso? Faça-me o favor! hahaha

Ela tem uns 10 kilos a menos na foto da direita

Olha que ainda nem falei dos blogs que têm por aí... Pseudointelectualismo puro! Estou sendo muito azedo? Se estiver, não é essa a intenção. Se discorda, comente, no final terei prazer em discutir com você as suas ideias. Mas voltando aos blogs, estão inventando de tudo por aí, vendendo gato por lebre, blefando ao som da língua intelectual. Querem dar aspecto científico à muitas besteiras, sabem que só assim vão convencer quem lê, precisa soar científico para convencer.

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Eu faço o possível para manter-me longe dessa praga. Não veja meus pensamentos como explicações que quero vender ao mundo, explicações definitivas (longe disso), por isso são pensamentos abstratos, não uso teorias para explicar coisas (vale a pena ler minha 1ª postagem). Os pseudointelectuais buscam o sentido científico do pseudônimo Don Quasímodo, alguns chegam a dividí-lo em "quase mudo", enquanto, na verdade eu só quis esse nome porque quis algo que soasse incomum, feio. Por que um macaco pensando na foto do perfil? Nenhuma analogia intelectual, só quis ironizar uma vez que eu jogava o jogo WAR e um amigo disse que até mesmo um macaco de camiseta jogaria melhor do que eu, ou seja, apenas quis dar, ironicamente, os créditos do blog ao macaco, afinal, ele é melhor do que eu. Viu? Não é nada científico, não há metáforas intelectuais. É assim que as coisas são na maioria das vezes, só que a gente não tem conseguido perceber isso, nós queremos ver tudo a partir de óculos intelectuais. Por favor, não tente intelectualizar as coisas da vida, tente simplificá-las. As explicações podem ser (e são) óbvias muitas vezes.

Me despeço aqui, na certeza de que preciso falar mais desses patifes pseudointelectuais outro dia! Tenho mais a dizer sobre eles!

PS: O que pode ter me levado a terminar o assunto aqui? Pense! Pense! Responda! Errou. A resposta é: Já são mais de 15 horas e eu ainda não almocei, estou morrendo de fome. Viu? Há explicações simples para as coisas da vida. Mais simples do que a gente imagina. hahaha

4 comentários:

Paula Ceotto disse...

Caramba! Você citou o blog que criei! Obrigada, viu? E já estava mesmo achando que você tinha abandonado seu blog.
Bem, sobre o tal do pseudointelectualismo, não sei se tenho algo a falar sobre isso; talvez por nunca ter pensado em rotular alguém como psudointelectual. Pra falar a verdade, o que ficou pra mim do que você falou foi a necessidade que temos de explicar e dar sentido para tudo e qualquer coisa - como bons filhos-criadores da nossa cultura racionalista que somos.
Outro dia estava lendo sobre essa necessidade de sentido que precisamos, como uma forma de dar sentido para nossas próprias vidas. Quando lemos um romance o fazemos buscando o sentido da vida de um personagem finito como nós: a vida dele 'acaba' na última página do livro e o que nos faz ler é o sentido, que caçamos em cada fala, em cada linha. Um sentido que, quando encontrado, nos faz crer no sentido das nossas próprias vidas. Mas a vida é para ser vivida; não há um desfecho de romance ou cinematográfico. Ela é experiência pura e cada momento é único. Talvez seria mais fácil dizer que vivemos por viver e realmente acho que vivo pelo prazer que é a vida (não há palavras que possam falar sobre isso); essa seria uma resposta simples, mas para chegar até ela e responde-la com toda minha convicção, foram tantas buscas de sentido...
Sinceramente, concordo com a sua ideia; acho que há momentos de exagero explicativo, como se quiséssemos abarcar o mundo, dar conta de toda a sua grandeza (não só em tamanho, mas pela infinidade de mínimos e mágicos detalhes). E então problematizamos demais e tornamos problema o que antes não costumava ser, e cientificizamos as dúvidas/problemas/hipóteses porque fora da comprovação as ideias não fazem mais sentido. E precisamos comprovar experimentalmente o que todos já sabiam, apenas para poder dizer que de fato é, legitimamente.
Ah! Fazemos tanta coisa sem sentido na busca de explicações e sentidos... E muitas vezes eu rio disso para evitar me revoltar. É no mínimo engraçado ver como conseguimos nos debater, nos afogar antes de ver que dá pé, ou mesmo antes de ver que vale mais a pena aproveitar a água e o passeio em vez de buscar verdades que não existem (até porque a palavra verdade já é uma mentira).
A gente podia presentear (de estar presente) a vida com mais frequência, para nossa própria vida nos fazer bem, em vez de tentarmos explicar cada movimento - o que nos deixará tontos, obviamente, sem rumo e sem sentido (que tanto gostamos de buscar).

Espero que não se importe se não fizer sentido.

Até a próxima.

Don Quasímodo disse...

Mais uma vez, gracias por compartilhar suas ideias por aqui! É sempre prazeroso poder ver as reflexões que outras pessoas podem ter sobre os temas, afinal, não há verdades absolutas aqui.

Realmente queremos buscar sentido em tudo, até como forma de dar sentido às nossas vidas; não percebemos que talvez o que torna a vida tão prazerosa e intensa seja a falta de sentido em diversas coisas. Buscar explicar tudo racionalmente é um erro, um erro cada vez mais comum em nossos tempos, um erro incentivado em nome de um dito cientificismo e intelectualismo. Precisamos acordar para isso, simplificar as coisas, estamos problematizando demais tudo, buscamos explicações mirabolantes para coisas simples. Nesse ritmo corremos o risco de aproveitarmos menos a vida, de vivermos como se estivéssemos mortos.

Samanta disse...

Adorei o blog, vou acompanhar ! Parabéns !! Abçs

Don Quasímodo disse...

Obrigado!
Seja bem-vinda e sinta-se em casa para dizer o que quiser, para compartilhar os seus pensamentos, por mais abstratos que possam parecer...
Um abração.