quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Obrigado

Deus não é sorte.
Deus não é coincidência.
Deus não é acaso.
Deus não é destino.
Deus é apenas Deus.

Isso é o que torna tudo tão difícil ao entendimento. Essa incompreensão pode ser o tormento de uns e ao mesmo tempo o que faz tudo tão maravilhoso para outros. Somos apenas pequenos pedaços de matéria em um Universo mui extenso, por isso, não seja tão soberbo ao buscar explicações racionais para tudo. Quem é você diante da complexidade da existência? É preciso saber que há muitas coisas que transcendem o nosso limitado entedimento, por mais que isso possa parecer um discurso acomodado com a ordem das coisas. No fim, por mais paradoxal que possa ser, você vai concluir que a resposta para muitos dos seus questionamentos é ele mesmo: Deus - por mais que você relute em acreditar que isso possa ser possível. Ele vai preencher aquele vazio que existe em você e que você nunca conseguiu preencher, aquele vazio que de forma silenciosa sempre te incomodou, gerou incertezas, mas que você sempre acreditou ter o controle sobre ele.

Você pode não acreditar em Deus, mas ele sempre estará acreditando em você.

Obrigado, Deus!

Sem fins artísticos.

A caminho da postagem final...

7 comentários:

Paula Ceotto disse...

Temos mesmo que parar com essa nossa mania de acharmos que se pode controlar tudo.

E como assim "a caminho da postagem final"? Isso é uma despedida? Não vai mais escrever no seu blog?

Confesso que ando afastada deste mundo de blog ultimamente; do meu e dos que costumo ler. Nem preciso dizer o que final de período significa, né? Mas realmente fiquei surpresa com essa sua frase final.

Um abraço.

Don Quasímodo disse...

Ah, moça...

Sei bem como é fim de período e quantas privações eles podem causar...

Quanto ao "a caminho da postagem final", o que posso dizer é que, de fato, tenho pensado em parar de escrever no blog; não temporariamente, mas de vez. Uns 4 amigos já me questionaram sobre o porquê de tal escolha, mas eu não soube explicá-los ao certo. Imagino que minhas respostas soaram um pouco evasivas para eles, talvez porque eu não esteja exatamente certo de que quero fazer isso (para falar a verdade, eu sou um cara, geralmente, muito indeciso e que demora até os últimos intantes para fazer as escolhas, logo, agora não estou fazendo diferente).

O que posso dizer de concreto em toda essa abstração é que tenho desanimado um pouco com meus textos, pois tenho tido a sensação de que alguns textos não tem sido bem compreendidos por quem lê; alguns textos parecem demonstrar um ar arrogante, outros soam intolerantes e alguns até preconceituosos.

Em síntese, tenho tido a sensação de que tenho sido mal compreendido, tanto nas temáticas escolhidas quanto na forma com que tenho exposto alguns pontos de vista. Por não ser um cara muito falante, sempre tomei o cuidado de me fazer bem compreendido ao máximo quando me expresso de alguma forma, até como forma de mostrar um pouco melhor às pessoas (conhecidas e desconhecidas) quem de fato sou e o que penso, ou seja, como forma fazê-las se aproximar um pouco mais de mim (ainda que virtualmente), derrubando eventuais juízos prévios e equivocados sobre mim. Considerando que sinto que tenho falhado em me fazer bem compreendido, tenho pensando em parar definitivamente com as postagens.

Mas vale relembrar: dada a minha habitual indecisão, nada impede que eu pense um pouco mais e ceda aos pedidos para que eu continue.

Um abraço.

O Polvo disse...

Olá.

Primeiramente gostaria de agradecer suas visitas ao Polvo.

Obrigado.

Agora estou aqui para tentar (minimamente)retribuí-las. E pelo que parece cheguei em um momento conturbado. Não tenho muito o que dizer sobre a continuidade do blog, a não ser que você faça aquilo que te der prazer.

Agora sobre a sua postagem. Cara, sua postura me pareceu um tanto quanto impositiva.

"No fim, por mais paradoxal que possa ser, você vai concluir que a resposta para muitos dos seus questionamentos é ele mesmo: Deus - por mais que você relute em acreditar que isso possa ser possível."

Não é assim que funciona, uma breve introdução à Antropologia e à Sociologia lhe podem mostrar que não, as respostas não dão sempre em Deus. Ou em qualquer ente de qualquer mito ou rito.

Infelizmente, no momento em que escrevo, estou sendo interrompido. Volto a falar sobre a sua postagem com mais calma.

Abraços,
O Polvo

Don Quasímodo disse...

Pode parecer meio rasgação de seda, mas eu é quem agradeço pelo comentário nesse momento de dúvidas, que creio ter superado, ainda que temporariamente. É bom ver que há uma retribuição daqueles que leem o blog, ver que aquilo que escrevemos desperta opiniões, ainda que divergentes, nas pessoas. Isso dá força para continuar escrevendo!

Quanto ao seu comentário, vou me explicar: Creio que você entendeu mal o que eu quis dizer, pois eu não quis dizer que as respostas dão sempre em Deus, pelo contrário, nem tudo se explica por Deus e outro mitos, conforme já tive oportunidade de aprender nas experiências de minha curta vida, nas aulas de filosofia do ensino médio e nas aulas de introdução às ciências sociais e de introdução à filosofia na Universidade.

A busca de respostas em mitos e deuses é um paradigma da Antiguidade, algo há muito superado pelo mundo ocidental. A ciência, sem sombra de dúvidas, contribuiu muito para libertar os homens dessa mentalidade acerca do mundo que o cerca. O que eu quis dizer é que os homens, incluindo a ciência, são limitados, não conseguem encontrar respostas para toda a complexidade da nossa existência no Universo. É um erro querermos explicar TUDO, há coisas que o pensamento científico nunca será capaz de explicar, sabe por quê? Por que a ciência é incompleta e nunca terá a completude que almeja. É preciso entendermos que a ciência pode errar; vivemos um paradigma científico escravizante, tal como o pensamento mitológico da Antiguidade e o religioso da Idade Média. Repito, estamos presos, hoje, há um paradigma científico, que na minha opinião, não é eterno e uma hora vai cair. É possível que daqui a 1000 anos (o mesmo tempo aproximado que durou a Idade Média e a soberania do pensamento religioso) esse paradigma tenha sido substituído por outro e as explicações científicas sejam motivo de piada, tal como hoje são as imperfeições do pensamento mitológico ou religioso.

O que eu quis dizer no meu texto é que a ciência e os homens NUNCA serão capazes de encontrar respostas para TODOS os mistérios que cercam a nossa existência, pelos motivos que acabei de expor. Essa lacuna do saber, em minha opinião (de quem acredita em um poder divino transcendental ao entendimento humano), SÓ pode ser preenchida por Deus. Isso pode parecer remontar à Antiguidade ou à Idade Média, mas possui uma diferença básica: eu acredito, parcialmente, no poder da ciência. O único problema dela, em minha opinião, é que há coisas que ela não explica e nunca conseguirá explicar, por mais constrangedor que isso possa parecer para muitos. Eu, do alto da pouca experiência dos meus 20 anos, creio que uma hora as pessoas percebem isso na vida (mesmo que tardiamente). Você entendeu isso como algo impositivo, mas para esclarecer: não estou querendo empurrar a crença em Deus pela goela de ninguém, apenas estou querendo dizer que julgo certo que em alguma hora, mesmo o mais ferrenho defensor da ciência vai perceber que ela não responde a todas as suas indagações, que ela é incompleta para explicar o mundo; é nessa hora que entra a religião (na minha opinião exposta no texto) ou quem sabe ocorre o desenvolvimento de um novo paradigma para explicar o mundo (hipótese que desconsiderei no texto por julgar que isso ainda vai demorar muito). Só vejo esses dois caminhos para o momento da descoberta da natural imperfeição científica por aquele que nunca acreditou em respostas fora das ciências.

(continua)

Don Quasímodo disse...

(continuação)

Coincidências e milagres inexplicáveis têm aos montes por aí, desde as épocas mais remotas, e até hoje a ciência está longe de explicar a maioria deles. Por isso, para mim, tem coisas (não TODAS) que só mesmo Deus pode ser a explicação: aquilo que a ciência não explica e que para muitos, sem qualquer religião, não passa de sorte, coincidência, acaso ou até destino. Para mim aquelas coisas que estão no rol dos “casos sem solução” da perfeita e insuperável ciência são, por mais que muitos relutem em crer, Deus. Esse pensamento decorre de minha religiosidade, algo que foge ao entendimento racional, afinal, religião tem apenas um fundamento: fé (essa não se explica). Se você não acredita em Deus e não tem uma religião (o que é um direito seu), você nunca entenderá esse meu ponto de vista, pois ele não tem nada de racional. Se você não tem fé, tudo que eu explicar pela religião parecerá tosco e sem qualquer sentido, logo, sempre iremos discordar. As minhas aulas de introdução às ciências sociais e à filosofia não foram capazes de mudar essa minha visão. Coisas dessa tal de fé...

Sinta-se à vontade para estender um pouco mais a troca de ideias que estamos fazendo por aqui.

Um abraço.

O Polvo disse...

Realmente nosso pensamento é muito diferente.

A ciência pode até ser um paradigma que um dia será superado, mas a religião não foi.

"A busca de respostas em mitos e deuses é um paradigma da Antiguidade, algo há muito superado pelo mundo ocidental. "

Cara, isso não acontece. Perceba a sua própria opinião. Você credita a Deus alguns acontecimentos. Você busca na sua fé explicações. Olhe para alguns grupos religiosos, que tem até programas na tevê, e você verá a persistência da lente da fé nos olhos de muitos.

Veja bem, não digo que isso é ruim. Critiquei, no seu texto primeiro, o fato de você acreditar que esse seria um paradigma que atingiria a todos.

Abraços,
O Polvo

Don Quasímodo disse...

Concordo com você em relação ao fato de que o paradigma religioso ainda não foi TOTALMENTE superado. Quando digo que a busca por respostas em mitos e deuses é algo há muito superado, me refiro, na verdade, ao fato de esse paradigma ter deixado de ser o predominante há um bom tempo (desde quando o paradigma científico ganhou o predomínio).

Para falar a verdade, creio que nunca um paradigma será totalmente substituído por outro, sempre haverá uma coexistência, ainda que tormentosa. Por isso que também acredito que quando o paradigma científico deixar de ser o predominante ele não irá simplesmente sumir, mas dividirá espaço com o paradigma mitológico/religioso e com o eventual novo paradigma.

Abraços.