sábado, 12 de junho de 2010

O que é, o que é?

Às vezes eu me pergunto até quando a paciência de vocês comigo vai durar. Vou testá-los mais uma vez entrando em uma temática incomum por aqui... Mas relaxa, podia ser pior, pois eu quase fiz o texto em formato de narrativa.

Sabe um jogo chato? Não, não estou me referindo a algum jogo da Copa do Mundo, até porque sou incapaz de achar qualquer jogo dela ruim, mesmo que seja entre Eslováquia e Nova Zelândia ou entre Argélia e Eslovênia! Falo de um outro tipo de jogo, um jogo cujas regras não são nada claras, se é que há regras. Um jogo que você não pede para jogar e quando percebe já está envolvido nele, jogando ativamente com a "faca entre os dentes".

ALGUMAS CARACTERÍSTICAS DO JOGO: Algumas pessoas começam a jogá-lo ainda criança (de maneira bem inocente), outros um tempo depois, mas em regra as pessoas não chegam à idade adulta sem tê-lo jogado pelo menos uma vez. Você pode escolher com quem jogar ou ser escolhido para jogar. Geralmente só duas pessoas jogam simultaneamente, mas não é incomum que mais pessoas estejam jogando também sem você saber. Esse jogo tem tudo para não ser chato, afinal, não é monótono, envolve muitas variantes, muitas surpresas e costuma ser bem dinâmico. A única certeza é quanto ao objetivo a que se persegue.

Eu, volta e meia, me vejo tentando jogá-lo, é algo natural, mas descobri que não o suporto por muito tempo, perco muito facilmente a paciência, "jogo a toalha" com certa rapidez, não suporto o excesso de incertezas que o caracterizam, a sensação de que posso estar sendo feito de trouxa, perdendo tempo, além de estar jogando (eu sei que isso é gerundismo, mas deixa pra lá) por muito tempo sem ver grandes mudanças. Você pode se envolver muito, jogar de boa-fé, investir todo o seu tempo e esforços sinceros, usar diferentes táticas ao mesmo tempo e... não sair do lugar. Confesso que mesmo nessa fase sem vitórias você pode sentir muitas sensações gostosas, mas ainda assim não acho isso algo tão sedutor. Por quê? Muitas vezes você parece estar jogando sozinho com a pessoa que você convidou para praticar, afinal, pela ausência de regras ela pode te ignorar em pleno jogo, nem olhar para você enquanto você acha que está jogando com ela, pode não ouvir as suas palavras, fingir não ver a sua vontade de jogar. Isso me faz, cada vez mais, achar esse jogo chato. Até falar dos jogadores com quem jogo ou joguei eu tenho evitado. Não quero gastar meu tempo com jogadores que nem ao menos reparam que estão jogando ou que preferem jogar com os jogadores errados. Estou cansando.

O problema todo é que as outras pessoas com quem você joga costumam jogar com pouca objetividade, não dão respostas claras, confundem a sua cabeça, ignoram que um dos objetivos finais é haver um consenso entre os jogadores, seja bom ou ruim. Prolongam demais a duração do jogo por não serem mais objetivos... Reconheço que não é um jogo para se jogar objetivamente, isso feriria a essência dele, a sua força motriz. Mas a ausência total de objetividade me incomoda. Eu gosto muito de objetividade e clareza, por isso acabo querendo também tornar esse jogo algo objetivo. Mas sabe o que é pior? Eu posso estar certo, acredito que seria possível ao outro jogador jogá-lo de modo mais objetivo sim, menos complicado, e ainda assim sem ferir a subjetividade que deve guiar boa parte do jogo.

VENCEDOR E PERDEDOR: Ao vencedor, as batatas! Se você vencer, o grande prêmio será a CERTEZA de que o outro jogador aceita repetir todas aquelas boas sensações que vocês sentiram durante o jogo e muitas outras que não puderam ser sentidas. A permanência dessa fase pós-jogo é indefinida, mas deve ser bem aproveitada enquanto durar.

Ao perdedor há muitas possibilidades, a derrota pesa de modo diferente para cada um (varia de acordo com o grau de envolvimento no jogo), sendo que para alguns nem pesam. É mais comum você perder do que vencer, por isso, ao longo da vida você vai ganhando experiência no jogo e vai se importando menos com as derrotas.

É importante ressaltar que mesmo você perdendo, a outra parte não será necessariamente a vencedora, pois não se joga CONTRA o outro jogador, mas EM DIREÇÃO a ele, apesar disso, só é considerado vencedor quem deu o impulso inicial, quem provocou o início do jogo. Vale destacar que há correntes de jogadores, que por considerarem a fase pós-jogo (em caso de vitória) tão boa, acham correto afirmar que os dois jogadores podem ser considerados vencedores. Eu, contudo, creio que esse ponto de vista não pode ser sempre aplicado.

CONCLUSÃO: É evidente que você tem muito mais a ganhar do que a perder se arriscando nesse jogo, o que o faz tão sedutor. Logo, é incomum não querer jogá-lo. Eu também quero jogar! Mas tem me faltado paciência com toda essa incerteza que o guia. Talvez isso se deva ao fato de que tenho jogado uma das piores modalidades desse jogo: à distância, sem contato físico, sem trocar olhares e palavras e sem ter certeza de que o outro jogador (no caso, jogadora) sabe que está convidado a jogar. Tem se mostrado muito chato jogar assim nos últimos tempos.

Preciso jogar outros jogos, jogos com regras mais claras, pensando nisso:

Tobs, traz o WAR do Silva pra gente jogar com a galera. Eu posso ser o exército preto (se você não tiver perdido as peças dele lá na História)
?

Um comentário:

Don Quasímodo disse...

Já que vocês não comentam, eu comento:

Estão vendo por que não gosto de escrever sobre esse tipo de temática? Não repercute... Vocês me desestimulam! hahaha
Só recebi um comentário, pessoalmente, de que talvez mais difícil do que jogar esse jogo seja a fase pós-jogo (em caso de vitória). Mas isso, creio que só jogando e vencendo para confirmar, não ouso concordar ou discordar, cada caso é um caso.

No mais, concluo que vocês não gostam muito de quando eu fujo do convencional. Mas podem ficar tranquilos, de agora em diante tentarei não fugir das minhas temáticas habituais.