A coragem é uma virtude, daquelas que vale uma vida. Aliás, só quem tem coragem é capaz de pagá-la com a vida.
Uma vida sem coragem é fadada à soledade.
Ser prudente é importante, mas não são de prudências que se escreve uma vida. A história é escrita pelos momentos de transgressão, de desafio e de experimentação. Se erra muito quando não se calcula as consequências, mas também se conquista quando se diminui a prudência.
Alguns desacertos constroem mais do que acertos, pois marcam, ensinam e, algumas vezes, conquistam. Cabral pode ter se perdido em plena imensidão do Atlântico, não ter sabido para onde ir e chegado ao Brasil. Às vezes, somos assim na vida. Quando achamos que estamos mais perdidos é que nos encontramos e conquistamos nossos maiores tesouros.
Mas o que seria este texto? Uma ode aos erros? Não. Talvez uma ode à coragem.
E o que seria a coragem? Falta de medo de falhar? Penso que não. Coragem é não deixar de realizar, ainda que com medo. Aliás, quanto maior o medo, mais coragem se exige para concretizar. Coragem seria talvez a ousadia de realizar, ainda que sem saber ao certo o que resultará. É bravura de se lançar e arriscar. Todo ato de coragem envolve o risco de falhar. Se não envolve risco, não se requer coragem. Se não há medo, não é preciso coragem.
Somos humanos. Temos o direito de ter medo, inclusive o medo de falhar. Mas é preciso ter coragem para seguir, ter queixo de pedra, para apanhar e não se deixar abalar.
A coragem é um pouco isto, não se deixar vencer pelo medo da frustração.
Porque, da falta de coragem, só nasce solidão.
Deus, nesta vida, só lhe peço uma dose de coragem.
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