Este blog anda muito introspectivo ultimamente. Anda me faltando aquele "sangue nos olhos" para falar mal das coisas. Talvez eu seja um crítico dos tempos de silêncio, daqueles sem escândalos políticos, desastres ambientais, ataques terroristas... Me causa preguiça compartilhar pensamentos que já circulam aos montes por aí em tempos agitados como os atuais.
Me resta a introspecção.
Me resta ouvir Johnny Cash, o homem de preto.
Quantos dias 01 esperei desde http://meuspensamentosabstratos.blogspot.com.br/2015/05/dia-01.html? Quantas vezes falhei? Quantos meses se passaram desde aquele dia 01 que não foi dia 01? Talvez eu tenha salvado vidas, levado palavras de esperança àqueles à minha volta. Mas não comecei meu dia 01. Quantas coisas perdi e deixei de fazer?
É difícil quando se tira a faca do meio dos dentes. É difícil quando depois de vinte e tantos anos de luta, batalhas diárias, se consegue um porto seguro para repousar e respirar. É difícil reconquistar a disposição para voltar a lutar. Não dá vontade de voltar ao mar e suas batalhas. Lutar se tornou uma dúvida, quando antes era sinônimo de sobrevivência. O que fazer? No meu porto seguro vivi experiências que alteraram meu plano de rota e não estavam no roteiro de viagem.
Neste retorno tenho mais uma chance de tentar um novo dia 01. Até quando me serão dadas chances de tentar? Até quando Deus não irá se zangar das vezes que deixei de fazer o que sabia ser devido? O tempo se tornou um inimigo. Cada dia ele rouba um pouco do que tenho para voltar a lutar. Uma hora poderá ser tarde demais, ou melhor, difícil demais, a ponto de o dia 01 se tornar uma miragem ao invés de uma chance ao simples alcance das mãos.
É preciso dar o pontapé inicial. Em 2016? Não. Em 2015. Falta um pouco da inspiração, da "água batendo na bunda". Felizmente. Ou não. É difícil não se deixar seduzir pelos tantos elogios. Já dizia Santo Agostinho: "Prefiro os que me criticam, porque me corrigem, aos que me adulam, porque me corrompem". É difícil, sobretudo quando os elogios são resultado de sua dedicação naquilo que faz. É difícil ser o improvável "menino de ouro" aos 25 anos, sobretudo quando se sabe que ainda não se atingiu o patamar ouro, talvez apenas o patamar madeira de lei. Elogiar todo mundo pode, mas ninguém vai fazer minha barba e meu bigode.
É preciso não se deixar levar. É preciso voltar a guerrear, a "dar tapa na cara de argentino", "ir pra trocação", virar cachorro louco.
"Que Deus me guarde, pois eu sei que ele não é neutro. Vigia os rico, mais ama os que vem do gueto."
É preciso voltar. Parar de anunciar e não lutar. Parar de começar e não terminar.