sábado, 22 de dezembro de 2012

Cadê o dinheiro?

Poucas coisas dividem tanto a opinião pública atualmente no Brasil como o fato de o país ser sede de uma Copa do Mundo em 2014 e de uma Olimpíadas em 2016.

Aqueles que se opõem à realização desses eventos no país sustentam quase em uníssono que é um desperdício de dinheiro público e que o Brasil, ao invés de assumir gastos bilionários com obras necessárias para ambos eventos esportivos, deveria investir esse dinheiro nas verdadeiras prioridades nacionais: erradicar a pobreza; melhorar a saúde e a educação pública etc. Isso pode parecer bonito e sensato. Mas, sinceramente, me soa algo muito utópico.

A verdade, pelo menos pra mim, é que somos um país rico. Minto, somos um país MUITO RICO. Em outras palavras, somos um país tão rico que seríamos capazes de sediar uma Copa do Mundo todo ano sem vivermos significativos problemas financeiros. Se faltam ensino e saúde de qualidade, por exemplo, não é por falta de dinheiro público, mas por má gestão pública, planejamento mal feito, má divisão e mau uso dos recursos existentes. O dinheiro existe, senhores!

Há servidores públicos de nível médio nesse país que ganham mais do que funcionários pós-graduados da iniciativa privada. Há obras públicas faraônicas realizadas para a prestação de serviços que sequer têm grande demanda. Há órgãos públicos nos quais as poltronas da sala de espera custam mais do que um dia de merenda de uma turma completa na escola pública. Há diárias recebidas por membros dos 3 Poderes em viagem que custam mais do que remédios que faltam diariamente nos hospitais públicos.

Neste país não falta dinheiro! É isso que às vezes me dá vontade de gritar a plenos pulmões pela janela do ônibus. Somos um país rico com mentalidade de país pobre. Tem gente (inocente) que realmente acredita que não sediar uma Copa do Mundo ou uma Olimpíadas assegura dinheiro para ser investido na educação ou na saúde. Esse dinheiro, se não fosse gasto nesses eventos, seria desperdiçado de outra forma. Seria, como de regra, comido pelos corruptos e pelos privilégios daqueles que vivem às custas do Estado e pouco produzem. Pra mim, é ilógico crer que os recursos não gastos com uma Copa e uma Olimpíadas poderiam, contrariando nosso histórico de mau uso de dinheiro público, ter sido empregados para atender demandas sociais. Nesse contexto, na minha visão, quem defende não gastar recursos realizando esses eventos é como o dono de uma propriedade improdutiva há décadas que não aceita tê-la usada para reforma agrária porque ainda pretende fazer uso dela no futuro. Economizar dinheiro não realizando a Copa e as Olimpíadas seria guardar dinheiro público sob a alegação de que queremos fazer com ele o que raramente fazemos.

Sinceramente, prefiro ver estradas, aeroportos, transporte urbano e outros serviços sendo melhorados NA MARRA porque vamos receber o mundo em 2014 e 2016 do que ver esse dinheiro sendo devorado, com sempre, pela falta de gestão dos administradores públicos. Os estádios estão custando caro? Há dinheiro consumido pela corrupção nas obras da Copa e das Olimpíadas? Sim. Outro sim. Serão bilhões investidos para no máximo 3 meses (somando os dois eventos) de pão e circo? Sim. Entretanto, também acredito que nem tudo será só tragédia. Ora, sediar tais eventos na fudida América do Sul vai mudar muito a visão que o mundo tem do Brasil e desse lado do planeta. Vai ter um efeito muito positivo para nossa respeitabilidade internacional. O mundo vai descobrir, enfim, que na América do Sul as pessoas não vivem em meio aos macacos e as anacondas, que nem toda brasileira é mulata, que só existe carnaval uma vez no ano e que aqui há coisas que funcionam tão bem ou até melhor do que na Europa.

Lamento discordar dos que acreditam que uma Copa e uma Olimpíadas são para nós apenas desperdício de dinheiro. Nesse assunto, o "povão alienado" que quer a Copa do Mundo me parece mais correto do que os intelectuais que são contrários a esses eventos. Erra (sonha) quem acredita que não gastar recursos públicos com Copa e Olimpíadas assegura dinheiro para prioridades nacionais. Esse gasto é mixaria para um país como o nosso. Desculpe, mas o Brasil não é pobre e não precisa economizar bilhões para conseguir atender demandas sociais. O dinheiro existe, me arrisco a dizer que sempre existiu. Se falta saúde, educação, segurança etc é porque falta gestão; bom uso dos recursos existentes. Que venha 2014 e 2016.

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

PARE

OLHE



ESCUTE

Dias de Malásia.
Vai.
Vai pra cima.
Não deixe de ir.
O tempo é escasso e a inércia tira a sensibilidade.
Se suje. Se enlambuze. Só não fique limpo.
Jogue-se. Se precisar rasteje pelas trincheiras. Só não fique parado.
Encare. Finja. Seja duro mesmo na fraqueza.
Decisões precisam ser rápidas e aparentarem ser corretas, ainda que erradas.
Ninguém nota, mas todos fingem se importar.
As mãos precisam ser mais rápidas do que hábeis.
Produção em larga escala.
Se hesitar vai atrapalhar. Se pensar demais vai estragar.
Faça. Como eles não fazem. Do seu jeito.
Rompa. Chute a porta. Entre sem bater.
Faça acontecer.
Só não fique esperando pra ver.
Não pague. Pule.
Tome tiro, mas não tome bomba.
Vença mesmo perdendo.
Perca para aprender a vencer.
Mas vença.
Tudo em meia hora ou nada.
Tudo.

SIGA

"Se não puder voar, corra. Se não puder correr, ande. Se não puder andar, rasteje, mas continue em frente de qualquer jeito." (Martin Luther King. Jr.)