quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Eu acreditei...

Que vergonha... faz mais de um mês que não posto nada aqui... Passou da hora, né?! Queria falar sobre 3 assuntos, mas vou com calma e vou falar sobre o que estou mais disposto a falar hoje.

Senhores, fomos condenados a viver num micro-ondas (é assim na nova ortografia...). Fomos julgados por 11 dias (7 a 18 de dezembro de 2009) no tribunal de Copenhague e condenados a prisão perpétua dentro de um micro-ondas. Foi essa a conclusão a que cheguei após a Conferência da ONU para tratar sobre problemas climáticos.

Eu, com o meu "positivismo", achei, mesmo contra todas as evidências, que dessa vez tudo ia ser diferente; acreditei que os líderes mundiais iriam chegar a um acordo efetivo para reduzir as emissões de gases do efeito estufa. Eu acreditei que não deixaríamos pra última hora (pra alguns, agora já seria o prazo final para fazer algo), afinal, só os brasileiros sempre deixam tudo pra última hora... Acreditei que os americanos e os chinenes se entenderiam, que os países ricos reconheceriam que são os historicamente maiores responsáveis pelos problemas climáticos discutidos e que por isso não criariam muitas condições para fazer algo; acreditei os países pobres (os maiores prejudicados pelos problemas climáticos) iriam ser ajudados, e que Brasil, Rússia, Índia, África do Sul e China cederiam de alguma forma. OK, eu também acreditei que papai noel iria estar na Convenção de Copenhague e que iria ocorrer o milagre ao qual o presidente Lula fez menção em seu discurso desiludido.

http://www.zaroio.com.br/i/o/20060614015859.jpg

Eu acreditei que a partir da Convenção, pelo menos em assuntos climáticos, o mundo ia ter uma língua comum, que todos os países seriam mais responsáveis com o clima, que assumiríamos coletivamente a responsabilidade de salvar o planeta, acreditei no WE ARE THE WORLD. Todavia, foram passando os primeiros dias e nada de concreto, só bate-boca. E minha crença "positivista" diminuindo... Foram chegando líderes de Estado (a tropa de choque) e um a um foram discursando, discursando e discursando. Chegou até o Nobel da Paz, Mr. Obama, aí pensei:"Já que ele é o cara da mudança, agora vai!". Não, não foi...

http://oglobo.globo.com/fotos/2009/12/18/18_MHG_LULA_OBAMA_COPENHAGUE.jpg

No fim, eu não conseguia acreditar no que eu via e, mais do que isso, no que eu escutava. Sim, eles estavam discutindo DINHEIRO ao invés de clima, DINHEIRO, amigos. Quem ia perder mais ou ganhar mais. Ninguém queria saber quantas pessoas iam perder suas casas por causa das mudanças climáticas, quantas iam passar fome ou quantas iam morrer, queriam saber quanto suas economias iam deixar de crescer. Tá, eu sei que economia é importante para gerar riquezas necessárias para os Estados investirem em um melhor bem-estar de sua população, sei que ela direta ou indiretamente gera emprego e renda, eu não faltei nessa aula teórica, assim como também não faltei naquela aula que vi que a maior parte das riquezas econômicos de um país acabam favorecendo só uma minoria, ou seja, não tava em debate empregos e renda da população, mas quanto os grandes empresários iam perder.

A China queria manter o ritmo de crescimento, os EUA não queriam ser deixados pra trás. E daí que Tuvalu vai afundar se o nível dos oceanos continuar subindo? Deixa morrer, só há 12 mil habitantes lá, além disso, a economia deles é insignificante; e daí que a Amazônia vai diminuir sua diversidade e sua extensão? Lá só tem bicho e mato mesmo; e daí que a África vai ficar ainda menos apta para o plantio? Os africanos já estão acostumados a passar fome e a morrer de subnutrição mesmo... Toda a humanidade foi condenada, o progresso econômico a qualquer custo foi absolvido, tudo bem que em 1ª Instância (um novo julgamento já foi marcado para 2010, no México).

http://www.revistafatorbrasil.com.br/imagens/fotos/dinheiro_chines

Os líderes fracassaram em Copenhague e nós e o planeta pagaremos a conta. O micro-ondas já tá ligado, só que ainda tá na opção DESCONGELAR, mas relaxa, daqui a pouco começa a esquentar pra valer, aí só tenho algo a dizer: pegue o protetor solar e chame a galera porque todo dia vai dar praia, o ano todo!

sábado, 14 de novembro de 2009

Invísivel

Sei que eu não devia estar aqui escrevendo; sei que eu devia estar indo dormir; sei que meu computador vai apagar ou travar a qualquer momento; mas eu quero escrever!

É tão ruim a sensação de ser invisível, a sensação de que você deu seu máximo em algo e ninguém nem percebeu ou que sua presença em um local não é nem notada. Sinto essa sensação pelo menos 1 vez todos os dias, seja naquela viagem de ônibus na qual a pessoa sentada ao lado mete um fone no ouvido e nem tem interesse em ver a cara de quem vai sentar ao seu lado ou quando cruzo com pessoas que nem ao menos olham na cara de quem vem do outro lado. Pode parecer viadagem, mas não é. Creio que toda pessoa é especial pelo simples fato de ser uma pessoa, por ser um ser diferenciado de todos os demais, por isso toda pessoa merece ser notada, não me refiro a ser popular, famoso ou o "queridinho", me refiro a simplesmente ser notado como pessoa. Se isso ocorresse de fato uma grande parte de nossos problemas estariam resolvidos, penso isso porque muitas vezes as pessoas fazem certas coisas ruins ou desistem de lutar por seus objetivos porque não se sentem notadas.

Às vezes eu acho que o meu pior defeito é querer acreditar e gostar de todas as pessoas pelo simples fato delas serem pessoas. Acho que eu devia ignorá-las, infelizmente é isso que eu tenho tentado fazer nos últimos 3 anos, mas eu não levo jeito pra isso, afinal, nem notam que eu estou fazendo isso ou se notam acham erroneamente que ajo assim por soberba. Não é legal ignorar alguém, ignorar uma pessoa é pior do que odiá-la, porque só é odiado aquele que é notado, uma pessoa ignorada nem sequer existe na cabeça daquele que a ignora, repito, ela não EXISTE .

Diante da invisibilidade você pode fazer o que quiser que não será notado, a não ser que faça uma tremenda besteira, nesse caso, os olhos de todos se voltarão para você, seja por sadismo, por pura curiosidade em ver que besteria você fez ou por outros motivos fúteis. É aquela situação na qual você torna-se o palhaço, um motivo de entretenimento (mesmo assim, você torna-se notável por um curto espaço de tempo, é só até algo mais atraente chamar a atenção). Às vezes você precisa ser socialmente bonito para ser notado, o que é pior ainda, porque, por exemplo, se você não for fortão, vestir-se bem, ter dinheiro, ser descolado, ter um rosto bonito (isso dispensa a inteligência) etc você só será notado se for muito esquisito (tiver uma verruga enorme no nariz, ser corcunda, vestir-se todo esfarrapado...), se você for diferente do estereótipo perfeito ou do estereótipo radicalmente oposto você não será nem notado.

Ah, lembrei de algo que torna os invisíveis visíveis: favores. Sempre lembram dos invisíveis quando precisam de algo que sabem que eles fazem bem. Geralmente você sabe que ele é bom em algo, mas faz questão de não nota-lo no dia-a-dia. Então, eis que surge algo que você não quer perder tempo fazendo, então a solução prática é: bajule o invisível, faça-o acreditar que você sempre o nota e jogue pra cima dele o abacaxi. Usa-se nesse caso o invisível e depois o descarta.

Entre todas as situações a que mais me irrita é quando você se esforça pra fazer algo bom e ninguém recohece seu esforço (como nos trabalhos acadêmicos que são avaliados sem sequer terem sido lidos pelo professor), quando ninguém nem nota a sua dedicação ou mesmo te cobram mais empenho (crendo ser fácil fazer o que você fez); isso é o que desanima muita gente a seguir seus sonhos, mesmo quando se está no caminho certo.

Não estou com dor de cotovelo, não estou deprimido, não quero cometer suicídio (longe disso) e não vou matar ninguém que me ignora, mas estou cansado de ser invisível; é desagradável, por exemplo, escrever linhas e linhas e não saber se elas estão boas ou ruins, simplesmente porque meus 114 visitantes me ignoram não comentando se gostaram ou odiaram o que leram (essa foi uma indireta direta, escreva um comentário, nem que seja só "bom" ou "ruim"), mas eu já imaginava isso, só seria notado se escrevesse coisas bizarras.

É ruim "não feder e nem cheirar bem", ser sem gosto, porque parece que as pessoas não conseguem ter ver como pessoa, poderiam trocar você por um robô sem perceber qualquer diferença. Infelizmente esse parece ser o futuro, sermos (nós, invisíveis) cada vez menos notados por simplesmente sermos pessoas, já fazem até robôs que conseguem sentir emoções, vão acabar trocando nossa convivência pela deles.

Sei que alguém vai falar: "deixa de ser fresco"; "pare de prosa e vá estudar uma Jurisprudência" ou então "pra ser notado você precisa se expor". Mas pense comigo, você só vai olhar na cara de quem passa por você se a pessoa falar com você? Você só vai notar alguém se ela tomar iniciativa de chamar a sua atenção? Ué, você é pessoa que nem ela, porque ela precisa provar que ela existe para ser notada? Não basta ela estar ali em corpo? Mude seus atos, passe a notar mais as pessoas, os seus gestos, as suas expressões, mesmo não as conhecendo; não precisa gostar ou se tornar amigo delas, mas pelo menos demonstre que as nota.

Sabe de uma coisa? Acho que eu é que estou errado, os OUTROS devem estar certos, preciso parar de notar, de gostar e de acreditar nas pessoas somente por elas serem pessoas...

PS: meu computador não travou nenhuma vez, mas eu perdi 1 hora de sono escrevendo algo que não saberei se faz sentido ou não, pois ninguém vai comentar nada... (confesso, agora fiz doce rsrs)

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O mundo pesa nas costas, não ?

Começo neste texto a pagar uma dívida de uns 4 meses atrás, quando numa noite de sexta-feira como a de hoje tive uma conversa reveladora, por MSN, com um velho amigo. Gostei tanto da conversa que até a salvei e me comprometi de digitaliza-la aqui. Ah, o título é uma frase da conversa, que por sinal não foi dita por mim.

Como bons amigos que somos, falamos de diversas coisas, criamos até teorias, até que chegamos num assunto crucial que me fez querer digitalizar a conversa em um texto. Falávamos da falta de espontaneidade no agir das pessoas, até que surge a observação:
"X" diz:
se fabricam cérebros hoje



O tema está meio vago até agora, né? Não, eu não sou hippie e não vou lhe falar de um assunto hippie, revolucionário ou comunista. O simples fato de você me achar assim já reflete que uma parte de seu cérebro foi fabricada, afinal, falar de temas abstratos é tido socialmente como "coisa de hippie", de revolucionário esquerdista. Eu também comecei esse blog assim, lembra de quando eu critiquei isso no "Tempo, tempo, tempo..." ? Então, meu cérebro também foi fabricado, mas desde aquele dia eu parei de levá-lo na manutenção da Rede Globo e da Revista Veja; tá eu confesso, de vez em quando eu passo por lá, mas é só pra adicionar um arquivo de "assuntos para puxar papo com poutras pessoas". Ah, no "Tempo, tempo, tempo..." eu critiquei os filósofos, mas nisso eu não mudo, continuo achando-os um bando de egoístas.

Voltando a falar dessa fabricação de cérebros na atualidade, será que tem como fugir dessa produção em massa? Sim, doutores, e eu já dei a resposta antes, sabe qual é? PENSANDO. Querem nos dar todas as respostas, o que nos é cômodo, mas se quisermos pensar nunca seremos fabricados, pelo menos não totalmente. No livro "1984" de George Orwell (leia, é simplesmente espetacular), por exemplo, o Estado controla e vigia todos os comportamentos das pessoas, mas não consegue saber o que elas pensam. Sim, amigo, podem te impedir de agir, mas nunca de pensar, nunca saberão o que passa na tua cabeça, isso só você sabe e só você pode controlar. Você tem a chave da sua liberdade!




Ok, te dei uma dica, mas não a solução, pense em uma solução na sua cabeça (eu adoraria adivinhar o que você tá pensando agora, talvez esteja achando que eu seja algum tipo de louco). Sabe porque fabricam nossos cérebros? Porque deixamos. Sim. Você não pensa porque quer, você aceita soluções prontas porque não quer pensar e produzi-las, você quer manter-se dominado, você deixa que dominem os seus pensamentos. Lembra o que eu disse antes? Ninguém pode controlar o que você pensa. Contudo, nada impede que fabriquem o que você vai pensar; não é uma ótima forma de controle? Pronto, agora você já sabe como se fabricam os cérebros.

Você se sente desmotivado pra pensar? Isso é normal. Amigo, andam te desestimulando a pensar, uma das armas é a "socialização da mediocridade" (créditos ao professor Geraldo pelo termo), estão, por exemplo, despolitizando as pessoas, sabe como? Veja como estão usando a mídia na atualidade, veja como é construtiva a programação das TVs. Por que passa novela toda hora? Por que há mais de 15 anos passa Domingão do Faustão? Essa internet que só incentiva o ócio... Você passa mais tempo colhendo informações ou olhando coisas aleatórias, como esse blog, na internet? Quem banca a imprensa? Quem detem os meios de informação? A elite, certo? É óbvio que só vão veicular informações que estejam de acordo com os seus interesses. Ué? Estranho? Claro que não, se você é o dono, você vai deixar veicular informações que vão contra os seus interesses? Seja sincero... O problema todo é que eles negam que fazem isso, não assumem, dizem assim: "Somos imparciais e blá blá blá blá".


https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg0D3vd9krM1EUg1fFWipHgFBwEofMDsquYHPfjADnvc_XGBNHIDLADJ5J2e5sZqf0Ai4lsbGlu2vGz8r-kpjCTYUZXRanLPzg3ZFrLCoVRH_6SNiXCByJWRvGL7AI0HX_tvo8YXK-uOnY/s400/bbbbb.JPG


As mídias fugiram do controle, não estão mais ligadas aos seus objetivos iniciais, o jornalismo , por exemplo, não se pauta nos fatos, mas no interesse financeiro dos detentores e parceiros dos meios de comunicação. Hoje, as mídias são instrumentos de dominação, do pior tipo de dominação: da dominação intelectual. Conduzem nossos pensamentos para um caminho desejado por elas e a gente aceita por não estar afim de pensar ou não ter tempo para isso (afinal trabalhar o dia todo não deixa tempo para pensar).

Sabe quem poderia nos ajudar a fugir dessa dominação? O universitário. Temos tempo para pensar e somos a elite do saber, mas não usamos e nem queremos usar nossos conhecimentos de mundo para acordar a sociedade. Enquanto essa elite universitária ficar só queimando as células cerebrais fumando maconha e ficar discutindo os problemas da sociedade somente dentro da universidade, apenas no campo teórico, não vamos ter revolução alguma. Esses putos falam de Marx lá dentro da Universidade e esquecem de que se só eles pensarem em revolução e deixarem as mídias guiarem o povão aqui fora nada vai sair. Eu odeio esses marxilóides, enchem a boca para pregar ideias que não eram nem do próprio Marx, ideias deturpadas e mal interpretadas ao longo do tempo. Hoje, nem Marx seria marxista, e eu muito menos.


O universitário fica discutindo o mundo e o universo dentro da Universidade, pensando com outras pessoas que pensam, não leva a luz do saber a quem não pensa, a quem tem quase 100% do cérebro fabricado. Enquanto isso as elites estão trabalhando, elas veem o potencial desse povo que não pensa; esse povo é como um gigante dormindo. As elites tocam flauta para ele continuar dormindo, enquanto isso, cadê os pensadores? Estão fumando maconha e pensando em cima da barriga do gigante que dorme. Os pensamentos podem ser egoístas e é assim que os pensadores de hoje querem que seja, querem pensar para eles mesmos e somente entre eles, deixando o gigante dormir ao som da flauta. É essa mesma a realidade?

"X" diz:
SIM

"Don Quasímodo" diz:
vc discorda de algo dito?

"X" diz:
não
"X" diz:
O mundo pesa nas costas né "Don Quasímodo" ...

"Don Quasímodo" diz:
cara, o q vc pensa ao dizer essa frase?

"X" diz:
acho que vocÊ entende o que estou dizendo


https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhUp60sHljheTTrq5gHxhjJu9dAWhLMUrTfqWLbrwEJnax2-Wkf8bZYBaP7zZJx0kg6nErN9wPK1IPQp49zjkVrMiY7AW-rxiMIZMnzAXK0cYI4fjK9PU0AeCa3_rfjH60NyoI3WAQ72mcb/s320/josias+e+o+mundo.jpg

Sim, amigo, eu entendi o que ele quis dizer e creio que se o mundo não pesa nas suas costas, deveria pesar. Se você não tem um cérebro 100% fabricado, você tem um dever em relação ao mundo, você sabe qual. Os ombros podem suportar o mundo, cérebros livres podem salvar o mundo. Somos fortes para isso, não sozinhos é claro. Temos que lutar, lutar no limite de nossas forças, sempre. Vamos fechar as fábricas cerebrais. Vamos montar nós mesmos os nossos cérebros, ainda há tempo!

domingo, 6 de setembro de 2009

Dormimos felizes

Esta vinda ao blog não estava prevista, por isso creio que será breve. O assunto que me traz aqui tão de repente é um sentimento especial que me tomou na noite de ontem, um sentimeno puro. Ontem a seleção brasileira de futebol se classificou com antecedência para a Copa do Mundo de 2010 após ganhar com certa facilidade da Argentina em território ARGENTINO por um delicioso 3 a 1.



Senhores, tal fato me deu extremo prazer e uma felicidade pura, como daquelas crianças que ganham um sorvete num passeio. Tenho certeza de que não fui o único brasileiro a sentir isso, sabe por quê (nem sei se escrevi esse "porque" corretamente, mas se te incomodo, leia minha 1ª postagem e veja o pedido que fiz lá)? Porque o futebol mexe com os sentimentos mais puros do brasileiro comum, mexe com a alma. Tudo na vida pode dar errado, mas se a seleção vence um jogo importante, por alguns instantes incalculáveis esquecemos de nossas vidas, somos o futebol brasileiro, somos só a alegria da vitória, nos sentimos mais do que somos.


A seleção brasileira é capaz de tornar aquele brasileiro que vive na miséria e que é esquecido pela sociedade o MELHOR DO MUNDO por alguns instantes, é capaz de fazê-lo esquecer sua dura realidade, é capaz de calar muitas vezes a fome que teima em gritar em seu estômago. Uma vitória do Brasil é capaz de torná-lo uma criança inocentemente feliz, despreocupada com qualquer problema de seu dia-a-dia. Uma vitória do Brasil substituiu uma despensa cheia, uma carteira assinada, tudo bem que por algumas horas. Mas e daí que o efeito é curto? Sensações boas podem não durar por muito tempo.

Os ditos intelectuais dizem que o futebol é o ópio do brasileiro comum. Sim. É. Mas é indispensável para nossas vidas, sem ele talvez o Brasil tivesse alguns sérios problemas, afinal, o futebol é uma válvula de escape para nossas aflições, preocupações e problemas de toda sorte. Ele mexe com nossos sentimentos mais puros. Aos ditos intelectuais eu deixo um recado: no futebol não há razão e nada faz sentido, tudo é 100% coração; pensar em futebol é pensar em sentimentos, por isso, não tentem entendê-lo, apenas sintam, entreguem-se ao insano. Ah, e sabe de uma coisa? Acho que todos os ditos intelectuais que não gostam de futebol e que o criticam têm inveja da alegria pura e sincera que sentimos com uma simples vitória no futebol, além daquela prazerosa sensação de poder que sentimos ao ver nossa seleção triunfar mundialmente.

Quis o destino que fossemos os melhores no esporte mais popular do mundo, o que dá a sensação maravilhosa de que somos mundialmente muito bons e reconhecidos em algo, mesmo quando passamos na rua despercebidos e nem somos notados pela sociedade, ou seja, mesmo quando somos um zero à esquerda. Por algumas horas somos muito bons, os melhores, como se nós estivéssemos vencido junto com os jogadores. Por algumas horas esquecemos da vida e do mundo ao redor. Tudo pode ser resolvido temporariamente por uma vitória brasileira no futebol.

Sabe de uma coisa? Ontem eu dormi feliz. Muito feliz. Dormi sem lembrar de qualquer outra coisa que me aconteceu nesses 19 anos, sem se arrependar de meus erros, sem reclamar de problemas, eu simplesmente dormi feliz, mas acho que não fui o único. Muitos merecidamente tiveram uma noite feliz, precisavam disso mais do que eu. Dormimos de alma limpa e leve. Simplesmente dormimos tomados pela mais pura felicidade. Isso bastou.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Você é esperto?

O brasileiro é o povo mais esperto do mundo. Sim, o mais esperto, mas não o mais inteligente. Nossa cultura valoriza a esperteza, não a inteligência. Ué, não são a mesma coisa? Creio que não. Leia, reflita e concorde ou não comigo.

Quando me refiro à inteligência, refiro-me a um elevado nível de conhecimento sobre qualquer assunto (capaz de fazer alguém estar acima da média), sendo o fator distintivo desse saber o fato dele ser perene. Um conhecimento perene não se desmancha espontâneamente de uma hora para outra e não pode ser adquirido facilmente, exige tempo e dedicação; a única possível exceção a essa regra (a única que eu cogito) seriam os casos de pessoas que já nascem com uma aptidão natural para algo, contudo, mesmo essas pessoas não descobrem suas aptidões rapidamente, elas necessitam desenvolver melhor suas aptidões e só assim construir um saber que possa atribuir-lhes dignamente o adjetivo de inteligente. Assim, todos podem ser inteligentes, afinal, todos podem construir conhecimentos perenes que atinjam um grau singular em relação ao saber das outras pessoas sobre um assunto, mas poucos realmente se interessam e buscam desenvolver seus saberes, são as causas disso que pretendo analisar aqui.

O brasileiro comum não almeja ser inteligente em algo, afinal, isso leva tempo; o que importa é ser esperto, é saber macetes, é saber jeitinhos. Muitos alegam que isso é exigência do mercado de trabalho, que é reflexo da deficiência das escolas, não discordo totalmente, mas o capitalismo e o Governo não podem e não devem ser apontados como os responsáveis por todos os males que vivemos em nossa sociedade, acusar sempre os dois é agir como alguns idosos que só têm um assunto: reclamar de doença. É ser um disco travado! O simples fato de não pensarmos em outras causas já representa o típico problema que pretendo apontar aqui, um problema que todos têm vergonha de assumir: o brasileiro tem preguiça de pensar!



Hã? Você achou uma ofensa? Não se ofenda comigo. Eu explico. É mais cômodo não pensar, pensar dá trabalho, toma tempo, pode não trazer respostas logo e cansa... Vamos parar de pensar e ir fazer outra coisa? Pode falar, é tentador parar aqui né, o texto é muito grande... última chance hein... 1...2...3... OK! Você resistiu, então vamos seguir. Quando digo preguiça de pensar eu não me refiro a ser burro, como erroneamente possa parecer, mas me refiro a ser muito prático e querer sempre levar alguma vantagem. Gostamos (eu me incluo, afinal, também sou brasileiro) de fórmulas feitas, gostamos de nos destacarmos pela esperteza, gostamos de crescer sem esforço, gostamos de dinheiro rápido e fácil, ou seja, gostamos da rapidez e da facilidade. Ser esperto é mais fácil do que ser inteligente, dá menos trabalho.


Exemplos disso podem ser visto em todas as faixas etárias, para exemplificar eu posso citar a galera (cada vez com mais adeptos) que se julga mais INTELIGENTE que os colegas e que o próprio professor ao passar com uma nota alta colando nas provas e não tendo que estudar. Sim, eles se acham INTELIGENTES. Hahahahaha. Eu não me contenho, eles são muito engraçados... Se fossem inteligentes eles iam se preocupar em aprender e não em colar, afinal, colando você não aprende, no primeiro vento tudo que você decorou ou colou é levado embora de você. Outros exemplos não faltam, olhe ao redor, todo mundo parece pensar assim, até você, a culpa é sua? Talvez em parte, mas todos são culpados, o problema é tão feio que parece até que a esperteza é algo genético do brasileiro. O problema é que já nos acostumamos a achar isso normal, até por isso nos sentimos tentados a agir assim, enquanto acharmos isso normal não vamos evoluir, pois essa mania de esperteza está corroendo nosso país, está corrompendo nossas instituições políticas, está corrompendo nossos servidores públicos, está corrompendo nossos estudantes, está corrompendo os ainda honestos, está corrompendo nossos valores morais.




O brasileiro está mais preocupado com o presente do que com o futuro, por isso prefere saber o suficiente para o momento em que vive, ele não pensa em aperfeiçoar o que já sabe, ele quer o saber momentâneo, ele quer a solução do agora, ele não quer saber soluções para diversas situações futuras. Devemos viver o presente, mas em matéria de conhecimento devemos pensar no futuro, é mais seguro ter um saber perene, afinal, o que você aprende ninguém mais te tira, faz parte de seu patrimônio pessoal. Achar soluções temporárias baseadas na esperteza dá prazer, dá uma sensação de que se é muito inteligente, mas é pura ilusão.

Nossa cultura acha bonito resolver tudo com esperteza, valorizamos os espertos como se fossem gênios, ninguém sabe, por exemplo, os nomes dos maiores cientistas do país, mas dos bandidos que deram grandes golpes sabemos e sentimos prazer em saber, mas quem engana a lei não é inteligente, pode no máximo ser esperto, afinal, alguma hora da vida ele sofrerá as consequências de seu saber temporário.


Até no futebol valorizamos mais os jogadores que conseguem enganar a arbitragem cavando faltas do que aqueles que persistem em tentar fazer uma jogada quando tocados pelo adversário

Cultuamos a esperteza e mal sabemos que assim cavamos nossa cova, estamos construindo um país que aparenta ao mundo ser confiável, forte e rico, mas por dentro estamos podres em nossa composição, só nós sabemos disso, mas não queremos acreditar. Podemos ficar mais ricos, mas em razão da esperteza de alguns, só uns poucos vão ter acesso a essas riquezas, coisas de um país de gente esperta...

Ainda é tempo de fazer algo, de tentar mudar esse vício cultural que NÃO É GENÉTICO do brasileiro, podemos mudar essa concepção de mundo aceita como natural em nossa sociedade, ah, mas sabe de uma coisa? Deixa isso pra lá, vai dar trabalho pensar no que fazer, vamos pro Orkut ou ver Big Brother, depois a gente pensa...

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

"Livre", mas sem luz para guiar-se

Toda vez que passo um tempo fora de casa sinto desejo de escrever por aqui, você imagina por quê? É algo meio óbvio. A resposta é que tenho a oportunidade de ver melhor a realidade ao redor, já que é uma oportunidade de abondonar minha redoma de vidro. Foi assim que tive a oportunidade de observar a falta de rumo da juventude brasileira nas periferias.

Jovens totalmente desorientados, sem noções mínimas de valores morais, de respeito ao próximo e quase sempre tentando estar anestesiados da realidade. Viva aos tempos modernos! Viva à liberdade total! Pelo visto fazem muito bem à nossa juventude. Não nego que a juventude de hoje é mais livre para escolher seus rumos, contudo não posso deixar de salientar que não se pode escolher seus próprios rumos quando não se tem as direções mínimas para isso. Você não entendeu o que eu quis dizer? Explico.

A quem cabe a educação das crianças? (Essa pergunta ainda tem sentido, afinal, o homem ainda crê que as crianças precisam ser educadas, apesar delas parecerem cada vez mais independentes) Você diria que cabe à família, mas você já reparou que essa instituição está em crise? A desagregação familiar é fato concreto em nossa sociedade, não podemos fingir, não sejamos hipócritas! Quando falo em desagregação, penso em: filhos sem pai; jovens grávidas na adolescência; adolescentes com mais de um filho para criar; mulheres pobres com muitos filhos; pais sendo modernamente escravizados, ops, trabalhando o dia todo e sem tempo para os filhos; violência doméstica; pai e/ou mãe que chega(m) sempre alcoolizado(s) em casa; prostituição; abusos sexuais; e por aí vai...

Ok, creio que essa "família" moderna não tá dando conta de educar os filhos, a quem você apela para educar as crianças? Igreja? Eu diria que sim, afinal, no passado a família e a igreja andavam juntas na educação das crianças, e isso costumava funcionar bem. Tá bom, você vai alegar que era uma educação que estimulava o medo, pode até ser, mas ela ensinava algo que não se ensina mais tanto: respeito aos pais e ao próximo. Acontece é que nessa onda de independência e de liberdade total (Viva à liberdade total!) o homem passou a ver a igreja como um obstáculo à liberdade do homem civilizado e evoluído, como algo que a todo tempo prega que os melhores e mais fáceis meios para prosperar financeiramente na vida são errados, ou seja, o homem passou a ver a igreja como um grilo chato que fica gritando ideias antiquadas à ética do homem capitalista. O que fez o tão sábio homem moderno? Tem se mantido o mais afastado possível da igreja e tem afastado seus filhos dela também. Resultado, os pais perderam um importante aliado na educação de seus filhos.

Logo, o pepino de educar a molecada sem base familiar e religiosa sobrou para quem? Para a fantástica escola pública. Os moleques estão chegando na escola sem respeitar os pais, você acha que eles estão respeitando os professores e obedecendo-os? Você acha que eles estão dando valor para os esforços que os seus professores fazem para ensiná-los num cenário de escola pública sem estrutura? NÃO!

Diante da falta de educação familiar, religiosa e escolar, as crianças estão aprendendo muito com as mídias, afinal, estamos na era das comunicações, e nada consegue chamar mais a atenção dos mais jovens e incutir ideias capitalistas mais rapidamente do que os meios de comunicação. O que as mídias ensinam? "Se você quer ser alguém, você deve consumir os melhores produtos"; "Você deve ser sempre o mais esperto"; "Você precisa ter dinheiro para poder curtir a vida"; "Busque os meios mais fáceis e rápidos para enriquecer"; "Veja o outro como um obstáculo para seu sucesso". Tudo bem que as mensagens não são assim tão diretas, mas na prática querem dizer isso. Tais ideias são assimiladas pelos jovens da periferia, assim como por todos nós, contudo, no caso desses jovens que cresceram sem a devida educação e orientação, tais ideias são ainda mais sedutoras e parecem descrever algo 100% real, o que aumenta ainda mais a sensação de exclusão e acentua a necessidade de ter que de alguma forma tentar entrar para o mundo dos sonhos, o mundo da grana, pois só consumindo pode-se ser feliz.

É aí que aparecem as drogas, afinal, elas anestesiam a juventude pobre do sofrimento de fazer parte do mundo real e não daquele mundo dos carros e motos importados, das mansões, das famílias ricas e felizes, mundo de ilusões mostrado a todo tempo pelas mídias; por alguns momentos as drogas levam os jovens para um outro mundo. Elas também podem significar prosperidade econômica para essa juventude pobre e sem a devida formação escolar, já que o narcotráfico sempre está precisando de mão-de-obra e paga mais do que muitos empregos formais. O que atrai o jovem para esse "negócio" não é só a possibilidade de ter uma atividade que lhe remunere sem exigir estudo, mas a possibilidade de prosperar nesse ramo e de assim poder ter mais facilmente o acesso a produtos caros e de "marca", o que seria uma passagem de ida para o mundo dos sonhos capitalistas, uma passagem paga na maioria das vezes com a própria vida.

Essa grande cadeia explica em parte o crescente aumento do consumo de drogas nas periferias e consequentemente da violência nos grandes centros urbanos, onde as mídias são mais presentes. O engraçado é que os veículos de comunicação discutem o fenômeno alegando a falha estrutural das famílias brasileiras e a má gestão dos políticos, que gera desigualdades e que é incapaz de permitir a todos viver dignamente e em iguais condições de vida. Não discordo dos argumentos deles, mas eles esquecem de coisas fundamentais: das ideologias consumistas que veiculam; de como estimulam o consumo de futilidades que apresentam como sendo indispensáveis na vida; de como suas mensagens mercadológicas influênciam na vida dos jovens sem perspectivas de vida; entre outras coisas. Os meios de comunicação esquecem da colaboração deles porque é mais cômodo dar lição de moral, por meio dos telejornais, jogando a culpa na sociedade e no Estado e ficar vendendo ideias e produtos fúteis nas novelas, nos programas e nos comerciais. Hoje as mídias não dependem de fatos para exitirem, mas sim da venda de futilidades.

E aí? Aonde chegamos nesse grande pensamento abstrato em forma de bola de neve? O fato concreto é que os jovens da periferia estão cada vez mais desorientados, já que não têm mais bases familiares e nem religiosas, e, que estão: cada vez mais alienados pelas ideias que lhe são vendidas pelas mídias; cada vez menos ligados a valores morais mínimos para uma convivência pacífica em sociedade; e dispostos a roubar e matar para poder fugir de sua exclusão social e poder sonhar com as belezas do mundo capitalista.

Assim concluo que de que adianta gritarmos com todo o vigor que somos homens "livres", que derrubamos as ditaduras da igreja e dos governos e que podemos escolher nossos próprios rumos? A falta de uma educação familiar, religiosa e escolar que forneça os valores mínimos que um homem deve ter para viver em sociedade está fazendo com que apesar do poder de escolha aparentemente ilimitado trazido pelo século passado, os jovens da periferia não saibam escolher os melhores rumos, falta orientação! Essa falta de orientação protegida pela ideia de uma total liberdade irá trazer sérios problemas para esses jovens e consequentemente para toda a sociedade, logo, ou deixamos de hipocrisia e assumimos que não somos e não estamos prontos para sermos totalmente livres no atual estágio da sociedade capitalista, e, que ainda necessitamos educar e incutir valores morais nos jovens ou senão iremos ver nossa juventude caminhar na escuridão em direção ao abismo da "Falsa liberdade".

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Tempo, tempo, tempo...

Faz dias que eu estava desejando parar um instante para falar sobre o tempo. Sim, do tempo. Já perdi as contas de quantas vezes parei para tentar entendê-lo e continuei sem respostas. O homem tem a pretensão de ter controle sobre tudo que lhe cerca, para isso a ciência é sua principal ferramenta, mas o tempo, podemos até ter tentado controlar , só que ainda não conseguimos e talvez jamais consigamos; eu sinceramente acho que essa será sempre uma eterna pretensão, talvez seja mais fácil fazer algum metal virar ouro do que controlar o tempo. Isso me lembra diretamente a busca incessante pela fonte da juventude no passado (tão mostrada no mundo fantástico dos desenhos animados), se bem que hoje ainda buscamos essa fonte em diversos produtos, muitas vezes sem perceber.

O tempo rege a vida de todos sem nenhuma distinção, passa para todos, talvez seja uma das poucas coisas que todos encaram em comum e que não é um fenômeno da natureza. O que mais me intriga em relação a esse assunto é que tudo a esse respeito é uma incógnita, é surpresa. Um dos exercícios que mais gosto de fazer é tentar lembrar o que eu fazia e vivia há um ano atrás, o que me assusta muitas vezes, pois me faz ver como tantas coisas mudaram, como desejos se tornaram realidade, como idéias foram trocadas por outras que pareciam tão distantes e como algumas coisas se mantêm exatamente da mesma forma com que estavam, mesmo comigo tentando mudá-las. Vivemos tantas mudanças e nem nos damos conta. Isso tudo me intriga.

Sobre esse assunto eu não poderia esquecer de tratar sobre como às vezes sentimos que o tempo voa e outras vezes sentimos que parece que ele teima em não passar, mais uma vez demonstrando o total descontrole que temos sobre ele. Ué? O homem não se diz o senhor de sua vida nos tempos modernos? Mas e o tempo? Por que será que ele não controla? Me parece que temos a pretensão de sermos eternos, por essa razão queremos ter controle sobre tudo, será que teria graça em viver se pudéssemos controlar o tempo? Se pudéssemos, por exemplo, fazê-lo não passar para o nosso corpo, será que teríamos motivação para seguir? Talvez o maior prazer na vida seja seguir com um prazo de validade que não conhecemos, agirmos rumo ao desconhecido, sem saber o que nos espera, sabendo que só o tempo trará a resposta e que a qualquer momento podemos ter nosso tempo expirado. Imagine como seria monótono poder prever tudo que iria nos acontecer e não envelhecer nunca, seríamos como robôs, com açõs programadas, sem sermos surpreendidos por nada novo, isso não seria ser humano, pois não teríamos sensações novas e não estaríamos sempre nos modificando.

Muitos veem (nova ortografia) o tempo como algo dotado de vida própria, eu sinceramente lhe conecto com Deus, ou seja, tenho Deus como o senhor do tempo, sendo o tempo o instrumento usado por Deus para fazer valer seus planos na vida de cada um, creio que a chave do descontrole humano sobre o tempo é essa. Isso não me fecha os horizontes de discussão sobre o tema, contudo, creio que para quem não acredite em Deus o horizonte seja ainda mais amplo.

De modo geral, o tempo sempre nos traz surpresas, isso é o que o faz tão atraente, e o pior é que no final tudo parece fazer sentido, coisas que passamos longas épocas sem entender, o próprio tempo nos responde, tudo acaba se encaixando como num grande quebra-cabeça (isso não é papo de quem quer te convencer que Deus age em nossas vidas, tente ver isso mesmo sem a presença de Deus, a conclusão é a mesma), a ponto de eu, por exemplo, viver confiando nas surpresas do tempo e com calma para esperar o momento certo para entender o que acontece hoje, pois ele parece trazer as respostas na ocasião certa, parece saber o que nos traz, contudo, não me parece sensato viver imóvel esperando os desígnios dele, pois apesar de não termos controle sobre ele, de alguma forma o tempo parece depender das ações humanas para nos ofertar algo, parece depender do que fazemos e poder usar de ações alheias para trazer respostas e mudanças em nossas vidas, sendo algo como uma grande rede onde um influencia, por meio de suas ações individuais, na vida do outro em alguma ocasião.

Logo, ao fim desse pequeno pensamento abstrato que não traz nenhuma informação que você não conseguiria tirar sozinho de sua própria cabeça se quisesse, concluo que não cheguei a nenhuma resposta concreta sobre o tempo. Ué? Não chegar à respostas é ruim? Eu, como metódico assumido, não gosto muito de pensar e não chegar a nenhuma resposta concreta, pois pareço um indivíduo desligado do tempo e do espaço que não quer mudar nada, que como um filósofo só que entender algo, satisfazer egoísticamente um desejo próprio enquanto podia está fazendo algo produtivo para sua vida e a dos outros; apesar disso, reconheço que isso tem sua importância, pois assim se constroem as novas idéias nessa nossa cabeça camaleônica.

É aquela velha discussão sobre as perguntas sem respostas dos filósofos, longe de mim ser filósofo, posso ter filosofado um pouco, mas não queria, acabou saindo, como mais um dos meus pensamentos abstratos. Agora volto aos pensamentos concretos, já perdi muito tempo, ou pouco tempo, não sei, os minutos que se passaram foram os mesmos de sempre, eu que não fui.